terça-feira, 26 de abril de 2016

                                A velha amendoeira


Bom dia amendoira! 
hoje eu te saúdo
quantos dias na minha infância, eras tu, 
que vinha me saúdar.
Me acordando para o dia, sacudindo suas folhagens
na janela, á me chamar.
e quando o dia terminava, para mais uma aventura
buscava na sua altura, pra no meu quarto entrar!

Estou voltando ao meu lar!
Em busca dos vinte anos que longe de ti fiquei,
saí por melhores dias, adquiri sabedoria
nem todos foram tão bons!
que fizessem  me esquecer, a infância, tão rica e farta
que ao teu lado vivi, 
com sua sombra refrescante
seu barulho murmurante, chamando-me a te escalar
Só me vencia e descia, 
quando tu eras ameaçada, de alguém vir te cortar!

Não chores amendoeira!
estou de volta ao meu lar, e lá quem chorava era eu!
Lá o homem não tem pena,ignora o pranto ecológico
o machado desfere violentos golpes
e as árvores infelizes, vencidas se desmoronam!
Alegre-te amendoeira!
Antes de mim não partirás
Viverás para ver um dia
o mundo por ti respirar
porque tu és a esperança
pulmão de um mundo criança
que não sabe de ti cuidar!!





domingo, 24 de abril de 2016

Mensagem da CNBB para as eleições de 2016
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24)

Neste ano de eleições municipais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB dirige ao povo brasileiro uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos católicos, de maneira especial, são chamados a dar a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise pela qual passa o Brasil.


Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos. Só com participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível a realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios. As eleições são um dos caminhos para atingirmos essa meta.

A política, do ponto de vista ético, “é o conjunto de ações pelas quais os homens buscam uma forma de convivência entre indivíduos, grupos, nações que ofereçam condições para a realização do bem comum”. Já do ponto de vista da organização, a política é o exercício do poder e o esforço por conquistá-lo1, a fim de que seja exercido na perspectiva do serviço.

Os cristãos leigos e leigas não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles Laici, 42). A eles cabe, de maneira singular, a exigência do Evangelho de construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. Contribui para isso a participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em candidatos honestos e competentes. Associando fé e vida, a cidadania não se esgota no direito-dever de votar, mas se dá também no acompanhamento do mandato dos eleitos.

As eleições municipais têm uma atração e uma força próprias pela proximidade dos candidatos com os eleitores. Se, por um lado, isso desperta mais interesse e facilita as relações, por outro, pode levar a práticas condenáveis como a compra e venda de votos, a divisão de famílias e da comunidade. Na política, é fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.

Para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam. Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se “conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos”2. Dos legisladores, os vereadores, requer-se “uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”3.

É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do bem comum. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.

Uma boa maneira de conhecer os candidatos e suas propostas é promover debates com os concorrentes. Em muitos casos cabe propor lhes a assinatura de cartas-compromisso em relação a alguma causa relevante para a comunidade como, por exemplo, a defesa do direito de crianças e adolescentes. Pode ser inovador e eficaz elaborar projetos de lei, com a ajuda de assessores, e solicitar a adesão de candidatos no sentido de aprovar os projetos de lei tanto para o executivo quanto para o legislativo.

É preciso estar atento aos custos das campanhas. O gasto exorbitante, além de afrontar os mais pobres, contradiz o compromisso com a sobriedade e a simplicidade que deveria ser assumido por candidatos e partidos. Cabe aos eleitores observar as fontes de arrecadação dos candidatos, bem como sua prestação de contas. A lei que proíbe o financiamento de campanha por empresas, aplicada pela primeira vez nessas eleições, é um dos passos que permitem devolver ao povo o protagonismo eleitoral, submetido antes ao poder econômico. Além disso, estanca uma das veias mais eficazes de corrupção, como atestam os escândalos noticiados pela imprensa. Da mesma forma, é preciso combater sistematicamente a vergonhosa prática de “Caixa 2”, tão comum nas campanhas eleitorais.

A compra e venda de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos os eleitores a fiscalizarem os candidatos e, constatando esse ato de corrupção, a denunciarem os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral, conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas décadas.

A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos. No discernimento dos melhores candidatos, tenha-se em conta seu compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além de seu testemunho na comunidade de fé. Promova-se a renovação de candidaturas, pondo fim ao carreirismo político. Por isso, exortamos as comunidades a aprofundarem seu conhecimento sobre a vida política de seu município e do país, fazendo sempre a opção por aqueles que se proponham a governar a partir dos pobres, não se rendendo à lógica da economia de mercado cujo centro é o lucro e não a pessoa.

Após as eleições, é importante a comunidade se organizar para acompanhar os mandatos dos eleitos. Os cristãos leigos e leigas, inspirados na fé que vem do Evangelho, devem se preparar para assumir, de acordo com sua vocação, competência e capacitação, serviços nos Conselhos de participação popular, como o da Educação, Saúde, Criança e Adolescente, Juventude, Assistência Social etc. Devem, igualmente, acompanhar as reuniões das Câmaras Municipais onde se votam projetos e leis para o município. Estejam atentos à elaboração e implementação de políticas públicas que atendam especialmente às populações mais vulneráveis como crianças, jovens, idosos, migrantes, indígenas, quilombolas e os pobres.

Confiamos que nossas comunidades saberão se organizar para tornar as eleições municipais ocasião de fortalecimento da democracia que deve ser cada vez mais participativa. Nosso horizonte seja sempre a construção do bem comum.

Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe e Padroeira dos brasileiros, nos acompanhe e auxilie no exercício de nossa cidadania a favor do Brasil e de nossos municípios, onde começa a democracia.

Aparecida – SP, 13 de abril de 2016

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ
Arcebispo São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
8 traços das pessoas autênticas
Padre Edivan Pedro

Você conhece pessoas autênticas? Você é uma delas? Sabe como elas são?

É possível que você tenha convivido ou conviva com uma pessoa desse tipo e não saiba. Estas pessoas são uma rajada de ar que refresca a sua vida e preenchem qualquer espaço no qual estejam. São fáceis de identificar porque quando chegam na sua vida, inundam com uma boa vibração, alegria e inspiração.


A sua forma de ser é agradável e qualquer um ao seu lado se sente bem e confiante. As pessoas autênticas fazem você se sentir tão bem, que lhe permitem ser você mesmo. Ao seu lado, você pode se esquecer de posses e ideias preconcebidas. Sabem que cada um é especial e farão você se sentir único. Vejamos a seguir os principais traços das pessoas autênticas.

1. Fazem ouvir as suas opiniões e se expressam sem temor

As pessoas autênticas sabem que existem poucos motivos pelos quais as opiniões devem ser mantidas ocultas. Se essas pessoas têm algo a dizer, simplesmente o fazem. Agora, sempre têm cuidado para não machucar ou ferir os outros com as suas opiniões. Procuram se fazer ouvir e fazem valer a sua opinião, mas não querem ferir ninguém.

Muitas vezes preferimos ocultar as nossas opiniões porque tememos ser criticados. As pessoas autênticas sabem que a crítica é muito comum mas que nem sempre está relacionada à sua pessoa. Entendem que a opinião que os outros tem sobre eles é algo exterior. Uma das suas melhores qualidades é que sabem as opiniões não devem ser tomadas como algo pessoal.

“Não se deve temer aqueles que têm outra opinião, e sim aqueles que têm outra opinião mas que são muito covardes para manifestá-la”
-Napoleão I-
2. Agem segundo motivações internas e não externas

Quando foi a última vez que você fez algo só porque você tinha vontade de fazê-lo? As pessoas autênticas regem as suas vidas pela sua própria escala de valores e fazem somente aquilo que desejam. Sabem que não podem depender dos outros para serem felizes, nem conseguir alcançar os seus objetivos. São independentes e estão dispostos a se arriscar para chegar onde desejam.

3. O seu melhor amigo é o seu “eu interior”

As pessoas autênticas são muito diferentes entre si. Algumas têm muitos amigos porque se relacionam com facilidade. Outras são mais introvertidas e preferem ter poucos amigos que sejam muito próximos. Você nunca vai vê-los fazendo algo que vá contra a sua escala de valores, e o seu diálogo interior é positivo. Eles não sabotam a si mesmos, nem fazem coisas que possam prejudicá-los.

4. Evitam julgar

As pessoas autênticas sabem que não é fácil seguir o seu próprio caminho, por isso não perdem tempo julgando os outros. É provável que se elas têm algo a dizer ou uma opinião sincera, irão expressá-la. Depois esquecerão o assunto e deixarão que você tome as suas próprias decisões. Você pode contar com eles de forma honesta.

5. Conhecem e valorizam as suas características particulares

Embora a mídia tente nos convencer de que certos padrões de beleza são os adequados, as pessoas autênticas sabem que cada um é especial. Elas não se preocupam em cumprir com padrões de beleza. Elas se concentram em conhecer a si mesmas e se valorizam pelo que são. Também conhecem os seus defeitos ou pontos fracos, e aprenderam a tirar proveito deles ou a diminuir os seus efeitos negativos.

6. Não dão conselhos que eles mesmos não fariam

As pessoas autênticas sabem que criticar, julgar ou falar demais é negativo. Também sabem que dar uma opinião ou conselho é mais fácil que segui-lo. Por isso, quando você lhes pede um conselho, pensam bem antes de falar. Você os reconhecerá porquesão as pessoas que dão os conselhos mais realistas. É que falam da sua própria experiência porque não sugeririam fazer algo que eles mesmos não fariam.

7. Cuidam-se física e emocionalmente

As pessoas autênticas valorizam quem são e fazem o possível para manter o seu corpo e sua mente em forma. Elas dão a si mesmas tempo para realizar os seus rituais de beleza, saem para fazer exercícios, cuidam da sua alimentação e das suas relações interpessoais. Sabem que a vida consiste em estabelecer prioridades e dar a cada coisa a sua importância e tempo.



8. As pessoas autênticas respiram livres e permitem que quem os rodeia seja honesto.

Talvez você mesmo seja uma dessas pessoas mas não tinha percebido, ou tenha ao seu lado uma pessoa autêntica. Se você tem uma dessas pessoas ao seu lado, valorize-a e aceite-a pois ela fará o mesmo com você.