quinta-feira, 29 de novembro de 2012


50 anos do Concílio Vatiano II


Concilio para renovar a Igreja. O Papa João XXIII pôs a Igreja a discutir, em tribuna livre, no Concílio Vaticano II (1962-1965), a presença e missão da Igreja no mundo moderno. Após seu falecimento, o Concílio prosseguiu com Paulo VI. O discurso inaugural de João XXIII abriu espaço para uma revolução teológica e pedia ao Concílio: a) ser pastoral, ecumênico e não de condenações; b) propor a volta da Igreja aos seus fundamentos bíblicos e históricos; c) atualizar e renovar a Igreja (aggiornamento); d)  colocar a Igreja a serviço da humanização e da evangelização do mundo contemporâneo, em constante diálogo com ele.

O pós-Concílio: avanços, conflitos e retrocessos. As novidades do Concílio logo se espalharam, gerando euforia de sonhos, propostas e experiências. Para os leigos, a liturgia serviu de vitrine das novidades. Para o clero diocesano e para os religiosos foi oportunidade de avançar nos documentos e no espírito do Concilio e assumir a liderança das transformações (teologia, celebrações, modo de vestir, inserção no meio do povo). João XXIII queria uma Igreja alegre e atrativa. Mas surgiram medos, desconfiança, resistências, conflitos e alternativas à Igreja em renovação: espiritualismo carismático sem compromisso social; estímulo ao devocionismo; juridicismo; formas arcaicas do tradicionalismo; discursos admoestadores, etc. 

O Concílio e a América Latina. A recepção do Concílio teve dois marcos históricos fundamentais: a) A Segunda Conferência dos Bispos do Continente, em 1968, em Medellín, Colômbia: b) os primeiros passos da Teologia da Libertação. Apoiou-se: a) a opção preferencial pelos pobres; b) as Comunidades Eclesiais de Base; c) a Vida Consagrada inserida no meio dos pobres; d) a simplicidade e pobreza no estilo de vida eclesial e eclesiástico; e) a educação libertadora; f) um laicato engajado na renovação e animação da Igreja e no compromisso pela transformação sociopolítica da sociedade. Mas, a oposição surgiu forte visando deter a caminhada renovadora do Concílio.

O Concílio hoje. Que, no Ano da Fé, retomemos os grandes impulsos renovadores do Concílio: a) o encontro pessoal com Jesus Cristo; b) a construção da comunidade eclesial como comunidade de comunidades; c) o primado da Palavra de Deus e da Eucaristia para alimentar a espiritualidade; d) a tradição cristológica da teologia latino-americana, que nos coloca em coerência com o Jesus histórico e o Cristo da fé, o andarilho pobre da Palestina, vivendo entre os pobres, ele que ressuscitado está no meio de nós; e) a promoção e formação inicial e continuada dos leigos (as), pois o Concílio Vaticano II afirmou corajosamente a base laical da Igreja.; f) o fortalecimento da colegialidade no governo herárquico da Igreja, ainda exercido excessivamente na linha monárquica e em forma solitária. É preciso humanizar a Igreja, com a vivência da fraternidade, do serviço, da simplicidade; g) aprofundar o diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural; h) avançar no profetismo da opção pelos pobres e da luta pela justiça social e da pela sábia preservação do planeta terra

nery.israel@lasalle.org.br

sábado, 24 de novembro de 2012


Cristo Rei


O Ano Litúrgico, constituído por diversos ciclos, termina com a Festa de Cristo Rei. Jesus nasce com o título de Rei e é agora proclamado pela Igreja como Rei do universo. É o cume de um reinado que foi manifestado num amor extremo, selado na cruz e na glorificação eterna.
Numa visão, o profeta Daniel contempla o trono de Deus e seu juízo sobre o mundo. Ele vê também alguém como “filho de homem” sobre o trono (Dn 7, 9-14). Nos Evangelhos, a expressão “filho de homem” refere-se a Jesus Cristo, àquele que veio do alto para construir o Reino de Deus.

Devemos entender que não são os poderes do mundo que determinam a história, mas sim, aquele que é o Senhor da história, fazendo triunfar o seu Reino. Isto significa que a última palavra sobre o mundo pertence a Deus. É até uma questão de fé e certeza de que as forças do mundo são meramente passageiras.

O centro da história é Jesus Cristo, que veio como Rei, caminha como Rei e termina seu ciclo na terra como Rei. É o mesmo que dizer: “aquele que é, que era e que vem”. Ele é o cumprimento da Aliança feita por Deus com Abraão lá no passado, que só acontece no gesto de doação total na prática do amor.

Mesmo dizendo que o Brasil é o maior país cristão do mundo, Jesus continua sendo o grande desconhecido pelo nosso povo. Desta forma, não criamos paixão por Ele e agimos de forma desregrada, sem compromisso social e ferindo a dignidade das pessoas. Não conseguimos perceber que o amor cristão implica defender a vida do outro, que tem o mesmo direito que nós.

Jesus nunca impôs seu poder através do uso da violência desumana, porque não tinha pretensões egoístas. Sua ação ia além dos limites do mundo e passava por uma prática de testemunho coerente e visível aos olhos da sociedade de seu tempo. Com isto Ele instaurou um reinado que contradiz com os poderes mundanos.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

Pedir em nome de Maria

Padre José Fernandes de Oliveira, SCJ
Uma coisa é dizer que tudo nos vem por Maria e outra coisa dizer que muitas graças no vêm através da prece de Maria. Se eu oro por você ao Pai em nome de Jesus, ou a Jesus diretamente e você me diz que recebeu a graça, não estou errado ao dizer que, por minha intercessão junto a Jesus, você recebeu aquela graça. Senão, que sentido teria os pais orarem pelos filhos ou os padres e pastores orarem por seus fiéis? Não é intercessão? Se nós intercedemos o tempo todo uns pelos outros, porque negar que Maria faça o mesmo a quem pede sua ajuda? Seria a prece dela menor do que a dos padres e pastores?
Eu já fui de falar primeiro com Maria e só depois com seu filho. Agora, faço o que sinto vontade de fazer. Muitas vezes falo direto com Jesus. Outras, com a mãe dele. Quando falo com Maria, peço a ela que fale comigo a Jesus e interceda comigo e por mim. Se ela falar direto ao Pai, vai usar o nome do Filho dela, como eu faço quando falo com o Pai. Mas sei que a oração de Maria é incomparavelmente mais pura do que a minha. É claro que quero a ajuda dela. Se aceito a ajuda dos padres e reverendos que dizem orar por mim, porque não aceitaria a de Maria que creio estar salva e viva na outra dimensão do existir, dimensão que chamamos de céu?
Não acho que Maria se magoe, por falarmos ao seu Filho sem recorrer a ela. É tudo que ela quer! Que falemos com seu Filho! Quando nossa Igreja diz que Maria é “medianeira de graças” ( o Catecismo não tem a palavra “todas”) nossa Igreja não está dizendo que Deus Pai que age através de Jesus só atenderá nossas preces, se elas também passarem por Maria. Isso a Igreja nunca disse!
O que a Igreja diz é que, se quisermos pedir, qualquer graça, qualquer que seja o pedido, podemos pedir por Maria, porque ela pedirá conosco e levará tudo a Jesus. Não há graça que Maria não peça conosco! A Igreja sugere, inclusive, que os católicos usem o santo nome de Maria nas suas orações, mas sem esquecer que o nome que salva é o de Jesus. Não usamos os nomes de amigos e de outras pessoas quando pedimos algum favor de alguém que as conhece? Se soubermos usar o nome certo do jeito certo, porque não? Desde que saibamos que o poder e foi dado a Jesus e ele o delega a quem ele quiser (Mt 13,11), não erraremos. Jesus deu poder aos apóstolos, desde que se reunissem no seu nome ou que usassem seu nome. ( Mt 18,20, Jo 14,13)
Na Bíblia há centenas de passagens em que se usa o nome de profetas e servos de Deus durante as orações (1 Re 13,6 ). Reis pediam aos profetas que orassem por eles. Nós cristãos usamos o nome de Jesus porque não há nenhum nome maior do que este para nós. ( Fl 2,9 ) Mas não está proibido usar nomes menores. O de Maria é menor que o de Jesus, mas é bem maior do que o nosso. Estava certa aquela senhora que orava:
-“ Pai, falo com o senhor em nome de Jesus”
-“ Jesus, falo com o senhor em nome de Maria”
-“ Maria, falo com senhora pedindo que me ajude a falar com Jesus, porque de falar com ele a senhora entende mais do que eu “
Estava orando a Maria do jeito certo !
 MARIA: MEDIANEIRA JUNTO A JESUS
 Posso falar diretamente com Jesus sem procurar nenhum mediador. Mas posso pedir ao padre Pedro que ore comigo e por mim. E posso pedir ao pastor Jaime que faça o mesmo. Posso usar de sua intercessão enquanto eu mesmo falo com Jesus. Melhor para mim que tenho mais duas pessoas orando por mim e comigo! Se não desprezo a intercessão dos homens piedosos deste mundo porque faria pouco caso da intercessão da Mãe do Cristo que está no céu com seu Filho?
O pregador evangélico que dizia que não precisava de nenhuma outra intercessora junto a Deus, porque já tinha Jesus, o santo, estava querendo marcar um ponto contra os católicos, mas marcou contra si mesmo. No mesmo programa de rádio. minutos depois ofereceu-se para orar pelos seus fiéis. Se ele podia ser intercessor junto a Deus em nome de Jesus, porque a mãe de Jesus não pode? Ou será que ele é dos que pregam que Maria está morta e ainda não foi para o céu? Neste caso, onde ele espera ir quando morrer? Se a mãe de Jesus ainda está esperando e, por isso, não pode orar, onde estão todos os fiéis da sua Igreja? Os vivos têm mais poder do que os que morreram em Jesus? Os fiéis da Terra têm mais poder do que os fiéis do céu? Não há ninguém no céu? E onde estão todos os piedosos cristãos que morreram nestes 20 séculos? Onde está o ladrão a quem Jesus disse que naquele mesmo dia estaria no paraíso? Céu é uma coisa e paraíso é outra?
Uma questão suscita outra quando afirmamos que só nós podemos orar pelos outros e que os que morreram em Jesus não podem. Ficamos com um trecho da Bíblia que dá a entender que os mortos não podem fazer nada pelos vivos e ignoramos os outros que dizem que é bom orar e fazer oferendas em favor dos mortos? Ignoramos passagens que mostram que Moisés e Elias estavam vivos em Deus e oravam com Jesus? Então, se a Bíblia merece crédito no que afirma, e eles apostam nisso, existe gente viva e orando no céu. É lá que Maria está. Se Moisés e Elias estão no céu e oram, então Maria a mãe do Cristo também está e ora. Não parece natural e lógico que Jesus tenha levado sua mãe para o céu?
A catequese sobre Maria é bem clara na Igreja. O único mediador junto ao Pai é Jesus. Mas Maria também intercede, só que age como alguém que depende. Ela faz o que qualquer cristão pode fazer, só que faz melhor: intercede por nós a Jesus, ou ao Pai em nome de Jesus. Foi o que Jesus mandou seus discípulos fazerem no Pai Nosso (Mt 6,9 ) e em (Jo 14, 13-15 ) Mas deixou claro que quem usasse seu nome de maneira errada teria que responder pelo desrespeito ( Mt 7,22)
A fé em Jesus, se for pura e sincera, purifica o nosso trato com Maria. A fé em Maria, se for pura, acaba levando a Jesus, de tal maneira que nosso viver passa a ser Ele. ( Gl 2,20 ) Se no céu se batesse palmas é isso o que ela faria ao cristão que a saúda respeitosamente, mas vai falar horas e horas com seu filho. Que mãe não gostaria disso?
Quando alguém diz que Jesus é o único mediador junto ao Pai está dizendo que ele é a única autoridade para isso. Mas não está negando aos seus discípulos o direito de serem mediadores com Jesus. Senão, por que é que ele iria ensinar, no Pai Nosso, que devemos nos dirigir diretamente ao Pai e que deveríamos usar seu nome e orar uns pelos outros?
Se Jesus manda interceder é porque podemos também nós ser intercessores. Então, também somos mediadores com ele. É claro que não tão plenos como Ele, mas sempre depois dele e por causa dele, da mesma forma que somos filhos por causa dele. Se podemos nos proclamar filhos de Deus por causa de Jesus, o Filho, podemos ser intercessores uns pelos outros por causa de Jesus o intercessor. Não é isso que fazem as igrejas cristãs quando incentivam que oremos e intercedamos uns pelos outros em nome do intercessor maior que é Jesus?
Quando os católicos chamam Maria de intercessora estão seguindo a mesma lógica . Continuo perguntando… Se padre e pastor podem, porque Maria não poderia interceder? Se nas missas e cultos intercedemos a Jesus pelos nossos doentes e pedimos a ele que nos conceda o que pedimos, por que não pedir a outros discípulos já no céu, que orem junto? E por que excluir Maria? Perguntas de um coração católico!
 Meus queridos! esse texto é do Padre Zezinho, peço a oração de todos por ele, para que se recupere logo e volte a nos escrever, pois seus escritos são aulas para todos nós. Que Deus o abençoe, paz e bem!!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012



Dez conselhos do Papa Bento XVI aos jovens


Confira dez conselhos do Papa aos jovens, para a busca de uma amizade ainda mais profunda com Deus.
1) Conversar com Deus“Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: “Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar”. Durante estes dias (de Jornada Mundial da Juventude) podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar”.
2) Contar-lhe as penas e alegrias
“Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o ‘direito de vos falar’ durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.
3) Não desconfiar de Cristo“Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso ‘sim’ ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo”.
4) Estar alegres: querer ser santos“Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um ‘alto grau’ da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (…). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente”.
5) Deus: tema de conversa com os amigos“São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros”.
6) No Domingo, ir à Missa“Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente”.
7) Demonstrar que Deus não é triste“Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não”.
8) Conhecer a fé“Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura”.
9) Ajudar: ser útil“Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes”.
10) Ler a Bíblia“O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”.
FONTE: Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro/RJ

sexta-feira, 2 de novembro de 2012


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Celebração de Finados


Hoje a Igreja nos convida a orarmos pelos que já partiram. Existem três categorias de fiéis: a) os membros da Igreja Triunfante, ou seja, aqueles que já contemplam Deus face a face; b) aqueles que estão sendo purificados, ou seja, ainda não chegaram à santidade que Deus deseja de nós para entrarmos em seu Reino – Igreja Padecente; c) os membros da Igreja Peregrina, ou seja, nós que aqui estamos caminhando nesta vida. Rezamos para que os participantes da Igreja padecente cheguem com a nossa ajuda e pela graça de Deus ao convívio dos santos.

Por que oramos pelos mortos?. Nós, católicos, acreditamos que a morte não nos priva de uma comunicação com os irmãos e irmãs. Ou seja, podemos rezar pelos que já partiram. Quando fazemos isso, unimo-nos aos falecidos em Deus, amamos os falecidos no amor de Deus, pois toda oração é um gesto de amor; se esta é eficaz para ajudar os vivos, será também útil para dar forças para aqueles que precisam completar o seu caminho. A fundamentação bíblica mais clara a este respeito está em 2Mac 12,38s.: Judas Macabeus percebe que os soldados mortos de seu exército tinham cometido idolatria; diante da prática dos idólatras, o exército fez súplicas para que Deus perdoasse o pecado cometido.

Rezamos pelos mortos para que eles completem o que ainda falta para serem plenos, pois apenas desfrutaremos da glória quando estivermos plenamente convertidos, santificados. O Céu não é um lugar em que se entra, mas a participação do amor de Deus de acordo com a mudança de coração de cada pessoa. Quem não muda o coração aqui, terá a mesma dificuldade para fazê-lo depois da morte, antes de participar das alegrias eternas; por isso, é melhor começar aqui. O que chamamos de Purgatório não é um lugar de tormentos, mas uma última oportunidade de conversão para Deus, de total empobrecimento de si, uma graça que Deus nos concede para que sejamos plenos à estatura do Cristo Jesus (Ef 4,13). A nossa oração dá forças para que os falecidos façam o seu caminho.

Algumas reflexões importantes:

1. O Céu não é somente uma conquista, mas um dom de Deus, que deseja que todos participem de sua morada, que nenjum de seus filhos e filhas se percam (Jo 6,39). Não podemos acreditar em um Deus que quer a nossa condenação, nem achar que vamos sozinhos, somente pelos nossos esforços, para o céu.

2. Não acreditamos em um mundo totalmente espiritualizado, mas na ressurreição dos mortos. Oficialmente, a Igreja ensina que aguardamos (mesmo aqueles que já veem Deus face a face) o dia da plenitude do Reino definitivo. Então acontecerá a ressurreição dos mortos. Deus nos dará um corpo imperecível e renovará toda a criação – o mundo visível, material. Portanto, este mundo não deve ser desprezado, pois será renovado para a glória de Deus. Na morada do Céu seremos nós mesmos, com nossa consciência, e teremos a lembrança de nossa história e das pessoas que conviveram conosco.

3. A vida é efêmera. Presenciamos mortes de idosos, de jovens, mortes previsíveis e repentinas. Não sabemos quando será o fim de nossa vida terrena. Lembrar-se dos que morreram é uma boa oportunidade para pensar sobre a nossa vida. A existência terrena tem consequências eternas. O que cada um de nós está fazendo de sua vida? Estamos preparados para fazer a nossa páscoa para a vida totalmente renovada e prometida pelo Senhor?

Vivemos movidos pela esperança da eternidade. Nossa fé vive unida à esperança. Hoje a saudade não deve ser maior do que a certeza da vitória “escrita e gravada com ponteiro de ferro e com chumbo, cravada na rocha para sempre”. Um dia esperamos nos encontrar todos no banquete do Céu. Lembremos de que a Eucaristia já é a antecipação desta vida nova. O Céu começa em nós, em você.

Pe Roberto Nentwig

Um comentário:

  1. Querido Pe. Robeto, paz e bem!
    Obrigado por este excelente pensamento sobre as santas Igrejas de DEUS:Triunfante, Purgante e Peregrina, que somos todos nós, a caminho da 'mudança'... Que DEUS nos ajude e fortaleça nossa Fé na caminhada em rumo á perfeição.
    Belíssima reflexão para a Celebração de "Finados".
    Deus estje hoje e sempre em seu coração.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Solenidade de Todos os Santos


A Igreja professa a fé na Comunhão dos Santos, pois cremos que existe uma comunhão entre o Céu e a Terra. Os santos do Céu podem interceder por nós, já que estão mais próximos de Deus, como nos diz S. Teresinha: “Passarei o meu Céu fazendo o bem a Terra.” Nós também podemos orar pelos que já partiram, pedindo que tenham a graça de darem o último passo na sua conversão rumo à plenitude no Céu.

Hoje celebramos todos os santos. Não somente aqueles que são canonizados, ou seja, reconhecidos pela Igreja como tais. Mas todos aqueles que já estão na glória de Deus, que participam da santidade de Deus são santos. Entre eles estão mães e pais de família, trabalhadores simples, jovens sinceros, crianças; estão pessoas de todas as classes, línguas e crenças. Por isso, a primeira leitura fala de uma multidão de redimidos que estão “... de pé diante do trono do Cordeiro...” (Ap 7,10). Trata-se de uma grande multidão: os 144 mil representam uma totalidade, provavelmente simbolizam a multidão do AT e do NT, já que 12 são as tribos de Israel e 12 são os apóstolos, multiplicados por 1000. Ou seja, representam uma grande quantidade de pessoas (12X12X1000).

A princípio só Deus é Santo: Ele é perfeito, sem pecado. Mas, Deus nos quer santos: “Sede santos, como o vosso Pai do Céu é santo!” Ao olhar para o Céu, vemos aquilo que nós desejamos ser. Os santos do Céu já são aquilo que nós queremos ser – nós devemos almejar a santidade, almejar o Céu. “Para essa cidade caminhamos, pressurosos, peregrinando na penumbra da fé.” (Prefácio). A segunda leitura nos fala que seremos semelhantes ao próprio Deus. Seremos ressuscitados como Cristo, gloriosos, plenamente felizes. Vivemos animados pela esperança do que ainda seremos, alegres porque a nossa vida limitada será transformada, glorificada.

Para chegar à santidade plena do Céu há um caminho. As bem aventuranças são o programa de vida para se chegar a santidade. Não é apenas o caminho para se chegar ao Céu, mas o caminho para ser bem aventurado aqui e agora, ou seja, feliz. O dom da vida eterna, o dom escatológico, não cai do céu como mágica, mas pressupõe nossa colaboração.
As bem aventuranças mostram que santidade exige liberdade: o reino é dos pequenos, dos pobres de coração (desapegados que não acumulam para si), dos puros de coração (que são sinceros, não usam máscaras), dos misericordiosos (que não julgam), dos que procuram a paz, dos perseguidos pelo amor a Deus e pela fidelidade à justiça. A primeira leitura fala de uma multidão que veio da grande tribulação. Jesus também fala “bem aventurados os perseguidos”. Isso significa que por hora estamos enfrentando as vicissitudes da vida, mas seremos libertados de toda dor. Deus irá enxugar toda lágrima de nossos olhos. Na eternidade não haverá mais morte, luto, grito ou dor, pois todas estas coisas velhas passarão (cf. Ap 21,4).
É preciso uma boa catequese sobre os santos. Ainda a religiosidade popular os considera como deuses, seres divinos que concedem graças mediante novenas, promessas e rezas diversas. Deste modo, os santos são vistos como seres míticos, ficando muito distantes dos seres de carne e osso que, como eu e você, enfrentam as durezas da existência e procuram encarnar na vida o jeito de viver do próprio Cristo. É preciso resgatar os santos como exemplo de virtude, como possibilidade para que também sejamos santos. Os santos da terra não têm auréolas, não têm uma face ingênua, não são desprovidos de emoções, não vestem necessariamente hábitos longos. Os santos são pessoas apaixonadas, que vivem a vida intensamente, que amam a Deus e amam as pessoas, que empregam suas energias para que o Reino de Deus aconteça. Os santos pensam no Céu, mas se preocupam, antes de mais nada, com as coisas deste mundo e com as questões humanas. Santos também pecam, mas não residem no pecado. Ser santo, portanto, não é beatice, não é ter medo de viver, não é abraçar um monte de proibições e normas, não é fugir do mundo e das realidades do dia a dia. Ser santo é viver como uma pessoa de carne e osso que leva a sério as opções de Jesus Cristo.

“Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos” (1 Jo 3,1). Ser santo não depende apenas de nossas forças, mas da graça de Deus. O princípio da santidade é a vida de Deus vivendo em nós. É o seu amor derramado em nossos corações, dado como presente, como dom. Ser santo é responder com amor ao amor de Deus.

A Eucaristia é a antecipação do Céu. Aqui a Comunhão dos santos do céu e dos fiéis deste mundo se realiza. Diante do Cordeiro imolado, o Céu se volta e nós também. Na memória da Páscoa do Senhor, antecipamos a comunhão plena que teremos com o Senhor, quando veremos tal como ele é e desfrutaremos das alegrias eternas.

Pe Roberto Nentwig

sexta-feira, 12 de outubro de 2012


A Casa de Nossa Senhora em Loreto-Itália

Por Católicos na Rede • Postado em Vídeos

quinta-feira, 11 de outubro de 2012


Maria, Mãe da Humanidade

Minha humilde homenagem á Mãe, com o titulo de Aparecida

Dispersos pelo mundo para pregar o Evangelho e batizar as nações, os Apóstolos levaram no coração e nos lábios o sagrado nome de Jesus, e com Jesus o nome Santíssimo de Maria, é que Jesus sem Maria é um Jesus incompleto, o filho de Deus humanado, fica de origem desconhecida sem Maria. Sem ela não poderíamos explicar sua natureza, e seu sofrimento nos causaria confusão, porque nos faltaria a chave da compreensão da vida inteira de Jesus. 

Se quisermos saber como a alma fiel deve se preparar para a vinda do espirito Santo,vamos em Espirito no cenáculo onde os discípulos estão reunidos. Veremos que seguindo a ordem do mestre, estão perseverando na oração, esperando o poder do alto,que há de vir revesti-los da armadura necessária para a luta que os aguarda. Neste sagrado lugar de recolhimento e de paz, o nosso olhar reverente pousa sobre Maria , a Mãe de Jesus, a obra prima do espirito Santo, a igreja do Deus vivo. Dela sairá, pela ação deste mesmo Espirito, como de ventre maternal, a Igreja militante que esta nova Eva representa e encerra. 

Foi do agrado de DEUS que o reinado da graça não fosse inaugurado sem Maria. É vontade de DEUS que assim continue as coisas. Quando Deus deseja preparar João Batista para sua missão de precursor, santifica-o valendo-se da caridosa visita de sua bendita mãe.
Na primeira noite de Natal aqueles que fecharam as portas, ao despedir Maria, negaram a entrada de Jesus, e quando os Pastores representantes do todo o povo de Deus, encontraram Jesus, o encontraram com Maria.
Se tivessem voltado as costas pra Maria, nunca teriam encontrado Jesus.
Os três Reis magos só descobriram o Salvador, porque encontraram Maria, se não quisessem aproximar-se dela não teriam chegado á Jesus.
Chegado o dia de se oferecer ao seu Divino Pai, Jesus não vai ao templo senão nos braços de Maria, á quem pertence, e sem a qual não poderá se apresentar, assim também como não começou sua vida pública sem o consentimento de sua mãe, em Caná da Galileia adianta sua hora, á pedido de Maria.

E vamos encontra-la no calvário de pé, junto da cruz, não só porque amava seu filho com ternura, ou por mera casualidade mais precisamente no mesmo papel que desempenhou na encarnação, como serva de DEUS. 
Maria estava ali como representante do gênero humano, ratificando o oferecimento que fizera de seu filho por amor dos homens. 
Nosso Divino Redentor não se ofereceu ao seu ao eterno Pai sem que ela consentisse e o oferecesse também, em nome e a favor de todos os seus filhos; a cruz devia ser o sacrifico de todos eles como o era de Jesus . Maria renunciou aos direitos maternais sobre seu filho pela salvação dos homens e o imolou, resgatando assim com o seu próprio sangue o gênero humano, porque o sangue que Cristo derramou na Cruz para o perdão dos nossos pecados, era o sangue daquela que o gerou.

Maria foi constituída por Deus colaboradora na obra da redenção. Desde toda a eternidade ela estava com Jesus, na intensão da Santíssima Trindade, participando do seu destino. Profetizada como a mulher de quem ele nasceria, associada a ele nas súplicas de quantos esperavam sua vinda, unida á ele pela graça, através da imaculada conceição, unida á ele em todos os mistérios de sua vida mortal, desde a anunciação do anjo, até á cruz, estabelecida com ele na sua gloria pela assunção.

Foi Maria a mais pura e forte na fé e no Espirito, para ser a nova Eva que com o novo Adão, o desagravo da queda.
“ Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a vossa palavra”
A vontade e a carne de Maria o conceberam, seu leite o alimentou, foi o amor transcendente de Maria que o envolveu e o fez crescer em estatura força e sabedoria,( Lucas 2,51 ) Maria o moldou, ele que a fez...ao chegar a hora determinada, ela entregou o Divino cordeiro livremente á sua missão de morte sacrifical no calvário, sofrendo com ele a plenitude da dor, tão grande dor que teria morrido com ele se não estivesse impedida, para poder velar sobre a Igreja nascente.

Maria foi a colaboradora inseparável de Jesus, a maternidade de Maria estendeu-se para receber todos aqueles por quem ele morreu, Maria exerce na humanidade o mesmo papel de Mãe que para com Jesus, porque somos um nele, cada alma está colocada sobre os cuidados pacientes de Maria. Assim como Maria foi colocada como instrumento usado por Deus no plano da Salvação, assim também Maria está incluída no nosso culto.
Havemos de apreciar a obra magnifica de Maria, e através da nossa fé do nosso amor, do nosso serviço, mostrar á ela nosso reconhecimento.

Nossa Senhora Aparecida, Rogai por nós

Nossa Senhora das Graças, 11 de Outubro de 2012

Maria de Lurdes Pereira Luciano (Mana) 
Catequista