quinta-feira, 17 de novembro de 2011



 VERDADE CRISTà- O Novo Testamento ensina que DEUS se fez Homem e veio habitar entre nós, encarnando-se em JESUS CRISTO, Segunda Pessoa da SANTÍSSIMA TRINDADE. Em nosso meio ELE cumpriu uma preciosa Missão de Amor, redimindo a humanidade perante o PAI ETERNO e deixando meios eficazes para sermos felizes aqui na Terra e alcançarmos a salvação eterna no Céu. JESUS está presente nos Sacramentos e no Sacerdócio Eclesial, da mesma forma que está presente pela graça, em cada criatura que O segue. Escondido aos olhos do mundo, CRISTO verdadeiro DEUS e verdadeiro Homem, está presente no Sacramento da Eucaristia, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. A simples partícula consagrada, oculta misteriosamente sua divindade, glória e poder. Por isso mesmo, ELE quer que nos aproximemos DELE por amor, sem qualquer interesse ou em busca de um benefício. ELE nos quer modestamente pobres em espírito e puros em intenções, sinceramente arrependidos de todas as culpas pelo Sacramento da Confissão, sobretudo conscientes de que na Sagrada Comunhão ELE está Realmente Presente e SI dá integralmente na menor porção da Eucaristia, DEUS Vivo e Verdadeiro, Sacramento de Vida e Amor.
 OS DESCRENTES - Infelizmente há muitas pessoas que não crêem, não aceitam e não tem o menor respeito por esta verdade, interpretando a expressão"banquete eucarístico" ao pé da letra, ou seja, como se fosse apenas uma refeição, lembrança da última Ceia que o SENHOR fez com os Apóstolos em Jerusalém. Dessa forma, eles consideram a Sagrada Comunhão como um simples "símbolo" de JESUS e não como a Sua Presença Real e Verdadeira. Não acreditando, embora sendo criaturas como nós, filhos do Mesmo CRIADOR, fazem a sua própria escolha, e, por conseguinte, estão sujeitos as consequências desastrosas de uma opção errada e infeliz.
DEUS Todo-Poderoso derrama sem interrupções, independentemente de qualquer merecimento da humanidade, um imenso manancial de graças sobre as pessoas de todas as gerações. Na sua infinita bondade de PAI não faz distinções e nem discriminações entre os bons e os maus, suas graças são para todos. As criaturas com sua liberdade de escolha, é que vão captar e acolher ou não, os "bens Divinos" que nos são proporcionados. Poderíamos comparar dizendo que, a vontade das pessoas para a recepção das graças, funciona como se fosse uma válvula: existem aqueles que abrem o coração para recebê-las e os que se mantém fechados aos incontáveis benefícios de DEUS. Também entre os que se abrem, há neles um variado grau de intensidade amorosa na solicitação e recepção das graças. Existem aqueles que se abrem mais, são disponíveis, são receptivos, fervorosos, sinceros e fieis, procuram ser mais competentes e caprichosos, mas há também aqueles que se abrem menos, não são tão pontuais, não possuem uma sólida perseverança, são secos, impacientes no tratamento com as coisas sagradas e pouco disponíveis no relacionamento com NOSSO SENHOR.
O Amor de DEUS é igual para todos os seres humanos, nós é que o acolhemos em diferentes grandezas, em virtude da desigual maneira que cada pessoa se apresenta para recebê-lo.

PROVA DEFINITIVA - O CRIADOR quis provar ao mundo através de Júlia Kim, que a Eucaristia é o fundamento da união dos cristãos entre si e com DEUS. Porque ela é o próprio DEUS. O PAI ETERNO por meio da Vidente demonstra de maneira viva e inquestionável, que na Santa Missa, acontece verdadeiramente o fenômeno da "Transubstanciação”, ou seja, as espécies de pão e vinho são transformadas pelo ESPÍRITO SANTO em Corpo, Sangue, Alma e Divindade do SENHOR, permanecendo contudo, a aparência das mesmas espécies de pão e vinho. E de modo maravilhoso, para provar esta Verdade, o CRIADOR providenciou notáveis Milagres Eucarísticos. Em Naju, durante a Santa Missa, em várias oportunidades, no momento da Comunhão, a Hóstia Consagrada colocada sobre a língua da vidente Julia Kim, se transforma de modo visível e impressionante na Carne e no Sangue do SENHOR, deixando perplexas e repletas de admiração pessoas do mundo inteiro. Leigos e autoridades religiosas que presenciaram o fenômeno, ficaram enlevadas e extasiadas diante da grandeza do evento e do extraordinário e sobrenatural empenho Divino para provar a Presença Real de JESUS CRISTO na SAGRADA EUCARISTIA.

 FREQUÊNCIA DA MANIFESTAÇÃO - Os Milagres Eucarísticos repetiram-se por mais de 20 vezes, em locais diferentes, até no Vaticano, sempre causando espanto e emoção, pela grandeza e absoluta clareza com que ocorrem. Além destes milagres, outras manifestações sobrenaturais tem acontecido por meio de Júlia Kim, sempre colocando em evidência a Partícula Sagrada da Comunhão. É assim, que a vidente recolhendo água numa Fonte abençoada pelo SENHOR, próxima a Capela, no fundo do recipiente apareceu por mais de uma vez a imagem de uma Hóstia. Sobre o telhado da Capela, foi visto também em diversas oportunidades, projetada pela luz do sol, a imagem de um Cálice e de uma Hóstia. Inclusive existem fotografias e filmes sobre estes fenômenos.
Por isso mesmo, com a intenção de testemunhar os fenômenos Eucarísticos acontecidos em Naju, a seguir daremos detalhes dos acontecimentos, descrevendo alguns deles.

SÉTIMO MILAGRE - Aconteceu numa circunstância tal, que a Igreja Católica no mundo inteiro tomou conhecimento do fato. Estava presente o Núncio Apostólico da Santa Sé. O Arcebispo do Vaticano informou ao Diretor espiritual da vidente Frei Raymond Spies e as demais autoridades presentes, que não estava ali na Capela como um simples peregrino, mas que veio como um representante oficial, na celebração eucarística do dia 24 de Novembro de 1994, comemorativa do 2º Aniversário do derramamento de óleo perfumado pela imagem de NOSSA SENHORA.
Na presença do Núncio Apostólico, todos rezavam enquanto nossa MÃE SANTÍSSIMA apareceu e instruia Júlia, como prelúdio do admirável milagre que ia acontecer. Primeiro NOSSA SENHORA pediu-lhe que recebesse a benção do Arcebispo e de Frei Spies. Depois Ela introduziu o Arcanjo São Miguel que entregou uma Hóstia Consagrada à Júlia, a fim de que ela a conduzisse aos dois prelados. A Hóstia que o Arcanjo trouxe era do tamanho grande, semelhante àquelas que os sacerdotes utilizam nas celebrações das Santas Missas. São Miguel não era visível às pessoas na Capela, somente era visto pela vidente que acompanhava todos os seus movimentos. Entretanto, as pessoas puderam ver a Sagrada Partícula aparecer de repente entre os dedos de Júlia. Na Hóstia estava a imagem de uma Cruz entre duas letras: "A” (de Alfa) e "W" (de Ômega), da mesma maneira como apareceu numa fotografia de outro milagre proporcionado por NOSSA SENHORA em 27 de Junho de 1993. No caso atual a Hóstia já estava quebrada em duas partes, quando Julia a recebeu, por essa razão ficou com uma metade na mão direita e a outra, na mão esquerda. De súbito, ela caiu ao chão pela força de uma poderosa luz vinda de cima. Contudo, não soltou as Partículas, manteve os dois pedaços da Hóstia Consagrada nas mãos. A seguir, cuidadosamente levantou-se e deu uma metade ao Núncio Apostólico e a outra, a Frei Spies. Os prelados comungaram com um dos pedaços e o outro, foi repartido em pequenas porções, a fim de ceder Comunhão às pessoas que estavam perplexas, em completo assombro e temor, em face da grandeza daquele acontecimento. E muito embora fosse apenas à metade de uma Hóstia grande, todas as pessoas na Capela, aproximadamente 70, receberam a Comunhão. Admirados, muitos testemunharam que simplesmente era uma experiência que desafiava a compreensão humana, mas que fazia lembrar a passagem evangélica da multiplicação dos pães. (Mt 14,13-21). No momento em que Júlia recebeu o pequeno pedaço da Hóstia Consagrada sobre a língua, surpreendentemente a Partícula cresceu e atingiu o tamanho de uma Hóstia pequena perfeitamente normal. O Núncio Apostólico observando o fenômeno, respeitosamente retirou-a e mostrou ao povo. Junto com Frei Spies a colocou numa Teca, guardando-a cuidadosamente como testemunho daquela singular manifestação sobrenatural. Esta Hóstia está no Ostensório menor, fotografia abaixo.
Na continuidade, NOSSA SENHORA contou à vidente, que aquela Hóstia Consagrada trazida pelo Arcanjo, era para ser consumida por um padre, mas São Miguel não permitiu e a trouxe para a Capela, porque o padre estava em "estado de pecado" e JESUS não podia viver nele. Esta realidade traz presente uma conclusão muito séria: na Santa Missa, quando as pessoas em estado de pecado insistem em receber a Sagrada Comunhão, entrando na fila, na verdade não recebem o SENHOR, mas comungam somente "trigo e água" e a própria condenação.
Júlia desejava voltar para casa, a fim de escrever as mensagens de NOSSA SENHORA e entregá-las ao senhor Arcebispo. Contudo, ao sair da Capela, como caminhava com dificuldade por causa das contínuas dores da crucificação que recebia em seu corpo, nossa MÃE SANTÍSSIMA chamou-a novamente. Ela atendendo a solicitação, veio para junto da imagem da VIRGEM MARIA e a pedido DELA, segurou nas mãos do Núncio e de Frei Spies num gesto fraterno de penitencia. Depois NOSSA SENHORA perguntou-lhe se queria receber a Sagrada Comunhão pela segunda vez. Desta vez o Arcanjo trouxe uma Hóstia menor, igual àquelas que os fieis recebem nas Santas Missas e ministrou a comunhão à vidente. Contudo, ao receber a Sagrada Hóstia em sua língua, normalmente na posição horizontal, ao invés da Partícula permanecer deitada, assumiu a posição vertical, sem que existisse algo para ampará-la. O Arcebispo vendo este outro fenômeno, o inesperado surgimento de uma Partícula sobre a língua da Vidente em posição vertical, em perfeito equilíbrio, retirou-a imediatamente e mostrou as pessoas que não se arredavam da Capela. Mais fotografias foram feitas para registrar o notável acontecimento. Em seguida, o Núncio entregou esta outra Hóstia à Frei Spies que a colocou na mesma Teca onde estava a outra, levando-as para a sua residência, enquanto o povo silenciosamente voltava a seus lares. Esta Partícula também está no Ostensório menor, foto abaixo.
O Núncio Apostólico estava pasmo e impressionado com todos aqueles acontecimentos. Na verdade ele ficou tão emocionado, que não conseguiu dormir durante três noites seguidas, pensando e recordando aqueles fatos extraordinários e sobrenaturais. Na sequência dos dias, examinou com a maior atenção, todas aquelas ocorrências em Naju, desde o início em 1985 até aquela data. Preparou um dossiê e nele registrou com detalhes, os diversos fatos. A par com esta providência, o Arcebispo Victorinus Yoon da Arquidiocese de Kwangju, que abrange a Paróquia de Naju, formou um comitê para montar um processo de investigação, a fim de apurar e documentar os acontecimentos, como parte inicial do processo canônico.
 
O Núncio Apostólico examina a Hóstia retirada da boca de Júlia. - Ostensório menor com as Hóstias.



Casamento e prazo de validade!

Padre Gilvan Rodrigues*
Não sei quantas pessoas gostaram da iniciativa, no México, da possibilidade de um “casamento civil” – diga-se de passagem, embora tenham apresentado cenas com o “casamento religioso”, na presença de um padre – com prazo de validade, apresentado no programa do Fantástico, no domingo, seis de novembro. Mas, gostaria de refletir sobre o modismo dialético do “faça como você achar que deve”. Esse deve ser o ditame da consciência de cada um que gere sua vida do jeito que considera mais conveniente, inclusive, com a pessoa, supostamente, amada, com a qual ela quis estabelecer laços mais profundos, na recíproca aceitação entre um homem e uma mulher, que constituem a natureza original do que, mais tarde, foi levado à condição de sacramento.
O fato é que essa união natural entre duas pessoas de sexos opostos sempre existiu em todas as civilizações da história humana. E ela – a união – está, até mesmo, na origem criacional de Deus que “criou homem e mulher”, conforme o relato bíblico (Gn 1,27).
O mundo está vivendo, assim, aos avessos, sem nenhum compromisso sério mais com nada nem com ninguém. As pessoas tornaram-se objeto da satisfação momentânea e interesseira da volição alheia, da vontade do outro, que usa e abusa até dizer “não quero mais! Vou partir pra outra!”. Vivemos a cultura da banalização de tudo, de todos os relacionamentos. Até na Igreja, parece – eu disse “parece”, portanto, afirmação duvidosa – que o Sacramento do matrimônio tem sido banalizado. Basta qualquer pagão apresentar-se dizendo que quer marcar a data de seu casamento, para que tenha direito a véu e grinalda, no caso das mulheres, nem que seja somente para sair bem na foto, sendo que, qualquer tempo depois, separa-se por não se dispor a nenhum tipo de sacrifício no relacionamento a dois. Basta ver as pessoas que procuram as Igrejas chiques de Aracaju e do mundo, buscando o Sacramento da Igreja do qual elas não têm muita noção do que significa. Claro que, graças a Deus, não são todos que desconhecem as implicações do Sacramento que vão receber, mas, infelizmente, esses estão no circuito da minoria. Na grande maioria, são pessoas que não vivem a religião, muito menos a sua fé, e não têm nenhum compromisso com o que pretendem receber. Em minha opinião – e ainda bem que não é a opinião da maioria – somente deveriam receber o Sacramento do Matrimônio as pessoas que vivem nas comunidades católicas cristãs, demonstrando o testemunho de assumir o risco de sua fé em todas as circunstâncias da vida, e não apenas quando se lembram de ritos mágicos, que pensam transformar sua vida, sem o compromisso radical com as consequências de suas escolhas. É verdade que ninguém se casa hoje para separar-se amanhã, como também nenhum padre se ordena hoje para deixar o ministério sacerdotal logo depois. No entanto, penso que deveria haver o mínimo possível do esforço de correspondência e fidelidade aos compromissos assumidos publicamente, perante Deus e a Igreja.
Então, quais são, de fato, as implicações do Sacramento do Matrimônio na vida dos cristãos, isto é, daqueles que, conscientes da responsabilidade com a sua fé e adesão a Cristo, comprometem-se a levar adiante os desafios testemunhais de sua religião? O Catecismo da Igreja Católica (CIC) apresenta-nos alguns critérios doutrinais nesse sentido. Inicialmente, o Catecismo afirma: “A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor” (CIC, n. 1601). E o Catecismo esclarece mais: “O Sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a sua Igreja. Concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do sacramento leva à perfeição o amor humano [tão banalizado hodiernamente] dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna” (CIC, n. 1661); “O Matrimônio baseia-se no consentimento dos contraentes, isto é, na vontade de doar-se mútua e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo” (CIC, n. 1662); “A unidade e indissolubilidade e a abertura à fecundidade são essenciais ao Matrimônio. A poligamia é incompatível com a unidade do matrimônio; o divórcio separa o que Deus uniu; a recusa da fecundidade desvia a vida conjugal de seu ‘dom mais excelente’: a prole” (CIC, n. 1664); “O novo casamento dos divorciados ainda em vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus que Cristo nos ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão Eucarística. Levarão vida cristã principalmente educando seus filhos na fé” (CIC, n. 1665); enfim, cito apenas mais um parágrafo do Catecismo: “O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de ‘Igreja doméstica’, comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã” (CIC, n. 1666).
Com certeza, as ideias contidas nas definições do Catecismo não coincidem com o pensamento dos pagãos da modernidade. Na verdade, são até palavras ultrapassadas, fora de moda. Imaginem se vocábulos como “fidelidade”, “amor”, “entrega definitiva”, “indissolubilidade”, “unidade”, “fecundidade”, entre outros, correspondem à mentalidade abortífera, infiel e dissoluta do mundo moderno. Claro que não! O problema, talvez, seja o laxismo moral com que permitimos que nossa consciência seja invadida e contaminada pelas doutrinas da moda e pela seiva venenosa do neo-paganismo atual. Mesmo assim, embora o mundo da cultura do achismo e do modismo assuma várias concepções a respeito do casamento, para a Igreja sua definição é uma só dentro do expediente dos Sacramentos da Igreja, que servem para santificar os homens, em qualquer estado de vida, segundo a vontade de Cristo. E mesmo que a palavra de Cristo não diga mais nada ao mundo moderno, eu não posso deixar de citá-la, a fim de extrair dela a grandeza e a exigência radical de seu ensinamento. Falando da indissolubilidade do Matrimônio e do efeito devastante do divórcio, Cristo afirmou: “Foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe uma carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por motivo de ‘prostituição’ [do original grego “porneia”, isto é, “imoralidade sexual”, “fornicação”, “união ilegítima”, “infidelidade conjugal”, “comportamento sexual ilícito”], faz com que ela adultere; e aquele que se casa com a repudiada, comete adultério” (Mt 3,31-32). Eis, pois, aí, uma página do Evangelho de Cristo que muitas pessoas, entre as quais alguns padres e bispos, gostariam de rasgar pelo incômodo de sua tão contundente verdade.
Essa intenção escondida e dissimulada em dialéticas pessoais, mas não convincentes, manifesta o desejo de receber aplausos pela conveniência do “ser bonzinho”, mesmo que para isso, eles traiam a verdade perene do evangelho de Jesus Cristo. Com sinceridade, devemos reconhecer que a palavra de Cristo é dura e radical, como também deve ser radical a exigência da vivência cristã de seus sacramentos. Conclusão: a palavra da Igreja é a Palavra de Cristo, e somente quem se dispõe a não ser enganado pela corrente astuciosa das falácias modernas, de seus argumentos falsos, deve aderir a ele e à sua doutrina, que é imutável, soprem os ventos que soprarem no redemoinho da confusão de muitas consciências inadvertidas e maleáveis quanto aos caprichos de sua própria insegurança. Assim, o “casamento civil”, que pode ser feito e desfeito quantas vezes o cliente desejar, não possui valor de Sacramento, como o é o “Casamento religioso”, o matrimônio, expressão sublime do amor incondicional entre Deus e a humanidade, entre Cristo e sua Igreja. De fato, o sacramento do matrimônio não é uma convenção humana em que os cônjuges tomam parte somente até quando quiserem ou desejarem.
Sei que existem as inconveniências do relacionamento a dois, como as consequências da traição, da infidelidade, da violência – tão frequente nos noticiários cotidianos – da falta de compreensão e diálogo recíprocos, da mentira justificada pela desconfiança e o desrespeito. Todavia, em meio aos dissabores e vicissitudes por que passam os casais envolvidos e enrolados nas incongruências do casamento, a Igreja vai defender até o fim a sacralidade do matrimônio válido e legítimo diante de Deus e da Igreja, no sentido de promover, como fruto da liberdade interior com que eles se dão e se entregam, voluntariamente, a santificação das famílias cristãs. Isso é devido à graça santificante própria e conferida a quem recebe os sacramentos da Igreja, com a devida disposição de inteligência e preparação do espírito.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011



Medite. Reze. Guarde no coração.
Aspirações
- Amar muito a Deus
- Estar sempre unido a Deus.
- Fazer tudo por Deus.
- Amar tudo por Deus
- Conformar-me sempre com a vontade de Deus.
- Aprender a sofrer muito por Deus.  
Deus, nosso Pai, seduziste São Geraldo Magela e ele se deixou seduzir a ponto de transformar toda sua vida em constante "SIM" ao vosso amor e à vossa vontade. Fortificai-me, misericordioso Deus, sob o olhar amigo de São Geraldo, no desejo de seguir fielmente os passos de Jesus, na vivência cotidiana do Evangelho e na construção do Reino de Deus,. Pela intercessão de São Geraldo, concedei-me, ainda, esta graça (...) que de Vós confiante espero, a fim de poder servir-Vos, ó Deus, e aos irmãos. Amém..
Oração a São Geraldo
Ó São Geraldo, celestial amigo dos infelizes, ao nos lembrarmos dos grandes milagres que operastes em vida, aumentados admiravelmente após a vossa preciosa morte, quer nos parecer que eles nos clamam: Confiança! Confiança! Tenham confiança!
Bem sabemos que é grande o favor que pedimos e muito acima de nossos merecimentos. Reconhecemos até sermos mais dignos de castigos que favores; pois sem dúvida é justa a punição de nossos pecados, o bem que nos falta e as aflições e dificuldades que nos fazem suplicar. De certo, atraímos sobre nós e sobre aqueles que nos são caros a ira de Deus, transgredindo voluntariamente os preceitos divinos e permitindo que outros também o fizessem. Choramos agora todas as nossas culpas.
Pedi, ó carinhoso São Geraldo, pedi ao bom Pai Celeste que nos perdôe. Ainda que seja justo sermos castigados por nossos pecados, afastai de nós e de nossos queridos os flagelos da justiça divina.
Alcançai-nos, pelos méritos das sublimes virtudes que vos fizeram eterno amigo de Deus, a graça que com toda confiança pedimos por esta oração. Ó São Geraldo, nosso amigo, nosso milagroso benfeitor, rogai por nós a Jesus e Maria, e seremos certamente atendidos.  
Rezar 9 Ave-Maria e 3 Glória ao Pai.  
Oração da Mãe a São Geraldo
Glorioso São Geraldo, que viste em cada mulher a imagem de Maria, esposa e mãe de Deus, e quiseste que todas estivessem à altura de sua missão, e as auxiliaste com teu apostolado, abençoa-me e a todas as mães do mundo.
Faze-nos fortes para que possamos manter unidas nossas famílias.
Socorre-nos na difícil tarefa de educar cristãmente os filhos.
Dá aos maridos a coragem da fé e do amor para que, com teu exemplo e confortados com teu auxílio, possamos ser instrumentos de Jesus para tornar o mundo melhor e mais justo.
De modo especial, socorre-nos nas doenças, na dor e em todas as necessidades.
Dá-nos a força de aceitar tudo de modo cristão, para que possamos também nós ser imagem de Jesus crucificado como tu o foste.
Dá a nossas famílias a alegria, a paz e o amor de Deus.
Amém!
Oração pedindo o dom da Maternidade
São Geraldo, quando estavas aqui na terra, fizeste sempre a vontade de Deus conformando-te a ela até ao heroísmo. E Deus te glorificou realizando obras maravilhosas por teu intermédio.
Também eu quero procurar sempre a vontade de Deus e a ela quero me sujeitar com todas as minhas forças.
Mas intercede por mim diante de Deus. Ele, que é o Doador da Vida, me conceda o dom da maternidade. Faça também de mim um instrumento de sua criação. Dá também a mim a alegria de apertar nos braços uma criatura minha, para cantarmos juntos a glória de Deus.
São Geraldo, não me abandones. Escuta minha oração. Torna fecundo meu amor, que o próprio Deus abençoou no dia da celebração de meu matrimônio.
Se intercedes por mim, tenho certeza de que logo também na minha casa haverá um alegre choro de criança que testemunhará o amor de Deus pela humanidade.
É o que desejo e espero, se for esta a vontade de nosso Deus.
Amém  
Oração nas dificuldades temporais 
São Geraldo, que durante a vossa vida tanto vos comprazeis em consolar os aflitos e socorrer os pobres, do vosso trono glorioso olhai para mim que, cheio de confiança, do abismo de minha miséria a vós recorro. Grande é a aflição, e em redor de mim vejo só descaso e fria indiferença. Ajudai-me e salvai-me, ó São Geraldo, como ajudastes e salvastes a tantos, durante a vossa vida e depois da vossa morte. Mandai uma solução, e, livre deste transe, sob vosso amparo, servirei mais fielmente a Deus, amá-lo-ei com mais fervor, e do que é meu darei da melhor vontade aos membros sofridos de Jesus Cristo.
Amém.
Oração pela Maternidade em Perigo
São Geraldo, sabes quanto pedi para que também em mim acontecesse o milagre da vida. e quanto me alegrei quando senti os primeiros movimentos e tive a certeza de que meu corpo se tornara templo de uma nova vida.
Mas sabes também que a criatura que está dentro de mim corre perigo, e que minha tão esperada gravidez corre risco de ser interrompida.
São Geraldo, conheces minha expectativa e minha aflição. Não permitas portanto, que minha alegria se transforme em choro. Intercedecom teu poder junto de Deus, Senhor da vida para que eu não seja privada da glória de apertar entre meus braços, um dia, uma viva testemunha de seu de amor.
São Geraldo, tenho certeza de tua intercessão. Em ti confio, em ti espero.
Amém.  
Oração por um doente querido
São Geraldo, quanto mais medito em vossa vida, tanto mais penso em Jesus. Como todos levavam os doentes a Cristo, assim os levavam a vós.
E ninguém voltava desconsolado, pois vosso coração misericordioso se espelhava no de Jesus. Vós vos transformastes em lugar-tenente de Jesus Cristo. E ainda hoje é assim. O amor infinito Deus para conosco faz com que mi­lhares e milhares se dirijam a vós, no intuito de alcançar não só favores espirituais, mas também cura e saúde para seus caros enfermos.
São Geraldo, o Espírito de Deus me ins­pira a recorrer a vós em favor desse doente querido. (Nomear aqui o enfermo ou os enfermos da cura você deseja pedir: pai, mãe, irmão, irmã, filho, filha, amigo, amiga, etc.)
Recomendo-os a vós, do fundo do coração, para se manifestar em nosso auxílio a glória de Deus.
Santíssima Trindade, em cujo nome Geraldo distribuía favores, atendei a meus pedidos em favor do querido enfermo, e seja-vos dada honra e glória por todos os séculos dos séculos.
Terço Milagroso de São Geraldo
Na Cruz:
O Credo 3 Ave-Marias em louvor à Nossa Senhora 1 Glória ao Pai eu honrra à Santíssima Trindade
  Nas contas maiores do Terço:
 Ó Milagroso São Geraldo, pela Santa Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, que tendes em vossos braços, valei-nos, ajudá-los salvai-nos e socorrei-nos em todas as nossas dificuldades e aflições.
  Nas contas menores do Terço:
Por amor a Jesus Cristo, socorrei-nos, São Geraldo!
Termina com uma Salve Rainha.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


SÃO GERALDO MAGELA UM EXEMPLO DE PERSEVERANÇA






Muitas coisas poderia falar desse santo. Mas vou limitar em contar-lhe um pouco de sua história para entendermos bem a reflexão.

Geraldo Magela, filhos de pais católicos, Domingos Magela e Benedita Magela  que era lavadeira. Família do sul da Itália e sem muitos bens. Geraldo nasceu em 6 de abril de 1726. Era uma criança admirável e na juventude um jovem estudioso. Possuía desde a infância um caráter de santidade era bondoso e muito piedoso.


Por causa da situação pobre em que viviam, seus pais logo trataram de ensinar uma profissão à Geraldo. Se tornou alfaiate por profissão, aprendendo o ofício com seu professor Martin Pannuto.
Depois trabalhou para o bispo D. Albino, foi aí que Geraldo sofreu as mais profundas privações. Pois o bispo era possuído de caráter temperamental e maltratava muito Geraldo, fazendo-o trabalhar como um escravo, sob muitos xingamentos. Ele tudo suportou e ao contrário tratava o bispo com respeito e amor, oferecendo seus sofrimentos a Jesus. Oferecia jejuns e orações sempre.
Sua humildade e bondade surpreendia a todos. Depois montou uma alfaiataria, foi bem sucedido mas não ganhava muito dinheiro. O que desejava era ir para o convento mas não tinha idade e era franzino.
         
Desde pequeno queria ter uma profunda união com Jesus. Sempre estava com seus pais na igreja e desde pequeno desejava comungar Jesus na Eucaristia.


De um nobre coração e de alma elevada, Geraldo sempre fazia visitas periódicas ao Santíssimo Sacramento. E conta-se que foi em uma dessas visitas que que recebeu a Eucaristia das mãos do próprio Cristo, que lhe apareceu em forma de menino. Tamanho era seu desejo de fazer a primeira comunhão, mas não tinha adquirido a idade necessária. Conta-se que várias vezes quando era criança não saía da Igreja e quando perguntava o que ele fazia de tanto na igreja, Geraldo respondia que estava brincando com o menino Jesus. 

Nas missas gostava de escutar atentamente às pregações que o padre fazia, era muito dedicado. Mas seu chamado vocacional começou quando houve as Santas Missões, feitas pelos missionários redentoristas na região em que vivia.  
Desde menino queria entrar para o seminário, mas não tinha idade suficiente, por várias vezes foi recusado, por causa da sua condição física, Geraldo era muito fraquinho. 
Foi então que ele decidiu fujir para o seminário, de onde mais tarde se tornou irmão redentorista. SeU formador de noviciado foi o padre Céfaro.
Deram a Geraldo os cargos mais humildes, inclisive de cuidar da portaria do convento. Nessa sua humilde missão ele converteu muitas pessoas. Geraldo também era um grande pregador. Meditador sobre a paixão de Jesus Cristo e a salvação. 

Foi muito maltratado pelos seus superiores. As pessoas que na época ouviam-o pregar diziam que ele parecia levitar quando falava de Jesus e de Nossa Senhora. Geraldo gostava de Jesus na Eucaristia. 
Sofreu calúnias. Conta-se que uma moça, Mera Caggiano, a qual ele a atendia, não gostando da disciplina do convento, começou a caluniar muitas freiras e até caluniou Geraldo de a assediar. Isto gerou um processo disciplinar que levou Geraldo até Santo Afonso fundador da Ordem e superior geral. O qual o privou de receber à comunhão. Geraldo tudo suportou. Mesmo sabendo que aquele era o pior castigo, ficar sem o que ele mais gostava de receber, a Eucaristia.
Mais tarde foi absolvido, porque às pressas, na hora da morte, a mulher confessando-se contou toda a verdade.

Serviu como ajudante de alfaiate no convento. 
Conta que certa vez houve uma grande fome na região, faltava dinheiro, e o convento passava por muitas dificuldades pois não tinha alimento para os pobres e para eles. Foi então que Geraldo correu até o Sacrário, bateu na porta do Sacrário e disse: "Senhor eu sei que estás aí dentro, veja que não temos dinheiro para socorrer os pobres então eu conto com tua ajuda!"

Misteriosamente no outro dia quando levantaram para as orações matinais encontram um saco com muito dinheiro.

Ainda é de espantar a fé deste santo, quando cuidava dos doentes terminais, ele rezava e pedia a Jesus que passasse a dor do paciente para ele para que os mesmo pudessem amenizar sua dor, e Jesus lho concedia que sofresse com seus doentinhos. Geraldo se entregava a dor por amor aos doentes.E ficava feliz.

Por uma calúnia que lhe levantaram, Geraldo foi privado de receber a Eucaristia e isso lhe causou muito sofrimento até que as coisas fossem esclarecidas. Mas nunca desistiu, nunca se revoltou, nunca desobedeceu, somente amou. Confiava sempre na misericórdia de Deus e era alcançada por ela.

E nas tentações, era fortemente assistido por esse amor; sempre cuidadoso  com os pobres. Grande devoto de Nossa Senhora. Quando pregava, diziam que sua voz era tão doce como um anjo.
Muitas lendas cercam a história dos santos mas, os relatos aqui descritos são tirados de sua biografia feitas pela própria Congregação dos Missionários Redentoristas, aos quais, também se registra muitos testemunhos. 

Morreu muito jovem, em 16 de outubro de 1755, vítima de tuberculose. A maioria de seus milagres foram testemunhados já quando era vivo. E depois de sua morte muitos foram os milagres ocorridos pela intercessão de São Geraldo.  Rapidamente se tornou um dos santos mais populares. 


Foi declarado Venerável pelo Papa Pio IX em 1893, depois declarado Beato logo pelo Papa Laão XIII e canonizado em 11/12/1904 pelo papa Pio X com o nome de São Geraldo Magela.


É difícil não recorrer a São Geraldo em alguma necessidade e não ser atendido. E o número de pessoas com seu nome cresceu rapidamente.

No dia de seu falecimento, 16 do mês de outubro celebramos a sua festa, mês dedicado às missões temos esse exemplo de missionário. Geraldo mais pregava com a vida, com suas atitudes de amor. Com sua autêntica caridade. Por isso é colocado como nosso modelo. São Geraldo é esse modelo de missionário, mesmo diante dos sofrimentos em tudo amou a Nosso Senhor e confiava sempre na proteção de Nossa Senhora. De sua boca só saiam palavras santas. Nunca blasfemava, mas louvava. Sua vida foi um canteiro de exemplo de amor, firmeza nas provações e esperança. Quando enfrentava suas dificuldades ele dizia "seja tudo para a vontade de Deus!"


Invocado à inúmeras inúmeras causas, ele também é padroeiro e modelo da juventude, dos estudantes, dos alfaiates e costureiras.


Preferiu desprezar as riquezas e amar a Jesus.




SÃO GERALDO MAGELA!
 ROGAI POR NÓS! 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Juventude em Madrid. Ah, esses moços!


Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo – SP

Nos dias 16 a 21 de agosto, será realizada em Madrid mais uma Jornada Mundial da Juventude. Promovida pelo Pontifício Conselho para os Leigos e pelas Conferências Episcopais e dioceses dos países escolhidos para sediar a Jornada, ela acontece a cada 2 ou 3 anos. Em 2008, foi em Sidney, na Austrália.
Madrid será tomada por uma grande multidão de jovens oriundos de todo o mundo; ali também chegará o Papa Bento XVI, no dia 18 de agosto. Mais de 16 mil jovens do Brasil já estão de malas prontas para viajar para a Espanha; levam no coração a esperança de que o Papa anuncie, no final do encontro, o Brasil como país sede da próxima Jornada. A Conferência dos Bispos do Brasil manifestou este desejo ao Papa.
Foi João Paulo II que teve a iniciativa das Jornadas Mundiais da Juventude, com o objetivo de estabelecer uma nova interação da Igreja Católica com a juventude; isso tem se mostrado eficaz pois, além dos jovens participantes nesses encontros, muitos outros são envolvidos por iniciativas promovidas nos respectivos países, antes, durante e depois das Jornadas. A mensagem passada em cada Jornada acaba alcançando um número incalculável de jovens.
Nos próximos dias, Madrid será a “capital mundial da juventude”! Vindos de cerca de 170 países, dos mais variados povos, culturas, raças e línguas, os jovens confraternizarão, partilharão experiências e alegrias, contando suas histórias e expressando a riqueza cultural e religiosa de seus povos. No programa, terão celebrações religiosas e reflexões sobre o significado da fé cristã para o convívio social e para a edificação de seu futuro; mas também haverá muita manifestação cultural e oferta de oportunidades para descortinar horizontes novos na vida e para perceber o mundo a partir do horizonte que outros jovens têm.
Será uma verdadeira experiência de globalização a partir de valores compartilhados, onde as diferenças não dividem nem distanciam, mas somam e ajudam a compreender que, no fundo, as buscas mais imperiosas, os desejos mais ardentes e os valores mais genuínos de cada um são os mesmos de outros jovens também, em todo o mundo. Em Madrid, será facilmente perceptível que a humanidade é, de fato, uma única grande família, com laços comuns, na qual todos são chamados a se irmanar, respeitar e conviver em paz, ajudando-se reciprocamente na edificação de um mundo bom para todos.
A ocasião é oportuna para uma reflexão sobre o que é oferecido hoje às novas gerações, em vista do seu futuro; afinal, é sobre elas que os adultos precisam investir, pensando no amanhã da sociedade e da humanidade. Impressiona-me, por vezes, encontrar jovens sem projeto para a vida, que rejeitam a idéia de casar, constituir família, ter filhos... Impressiona-me ainda mais ver tantos jovens entregues ao consumo de drogas que matam, ou envolvidos em organizações à margem da lei e da sociedade, bem conscientes de que sua vida está sempre por um fio! E quantas vidas em flor são queimadas, como “arquivos” incômodos ou inúteis, depois de terem sido usados inescrupulosamente?! A “mortalidade juvenil” é impressionante!
Alguém observou que os recentes tumultos de Londres mostrariam a “frustração nihilista de jovens urbanos” (O Estado de São Paulo, 10.08, A14). Vemos jovens sem perspectivas de futuro, movendo-se na vida em terrenos movediços, sem convicções nem bases para edificar a existência, para os quais o horizonte se fecha por inteiro sobre o instante fugaz de um gozo passageiro! Lembramos ainda de Amy Winehouse?
É culpa dos jovens? Seria muito cômodo apenas criticar os jovens. É preciso indagar sobre aquilo que lhes é oferecido na educação e na cultura que consomem todos os dias. Em quais fontes bebem para matar sua sede? As bases para os jovens edificarem suas vidas não são postas por eles, mas pela geração adulta e pelo ambiente em que vivem. Como os jovens são preparados para assumirem seu lugar na sociedade, no mundo do trabalho e das responsabilidades sociais? Dados do Centro de Atendimento ao Trabalhador (CEAT) mostram que de cada 4 empregos disponíveis, apenas um é efetivamente ocupado: os candidatos que se apresentam não estão preparados para assumir o posto em oferta! E é jovem a maioria dos candidatos! Sem dúvida, é preocupante. Boa parte deles pode estar perdendo o bonde da história.
Olhemos ainda para um outro aspecto da realidade, que interessa aos jovens. Certezas duradouras estão fora de moda! Vivemos tempos de superficialidade, de coisas descartáveis, de modismos passageiros e novidades “vantajosas”, que suplantam a toda hora as convicções. As coisas valem na medida em que são consumíveis, de acordo com o apetite que podem despertar e satisfazer. O consumismo tomou conta também da cultura e dos comportamentos e se aplica ao próprio ser humano; e tende a invadir o campo das certezas morais e da religião. O subjetivismo e o relativismo produziram uma profunda crise de valores e de referenciais para os jovens. A norma é o politicamente correto, mesmo que esteja desprovido de verdade e de valores! “Ah, esses moços, pobres moços!”
Os jovens, por natureza, estão projetados para o futuro e têm o direito de sonhar com um mundo melhor, com perspectivas consistentes. Alimentar a sua esperança é tarefa da geração dos adultos, de toda a sociedade. As Jornadas da Juventude querem ser uma contribuição para isso, apontando para os jovens as bases sólidas do Evangelho de Cristo, para que possam edificar sobre elas seu futuro e se enraizar profundamente nos princípios que o Cristianismo: o respeito profundo pela dignidade de cada pessoa, a colaboração e a partilha, a fraternidade, a justiça e a paz. A Jornada de Madrid será uma amostra disso.


Pensamentos sobre Madri

D. Henrique Soares, bispo auxiliar de Aracaju, SE
Hoje, a imprensa da Espanha, da Itália e de outros países comentam, admirada, a Jornada Mundial da Juventude. Fala de um Papa de 84 anos que atraiu dois milhões de jovens; fala da vitória da Igreja sobre o governo esquerdista e anticlerical da Espanha de Zapatero, fala do Papa que sabe falar aos jovens, fala da força da Igreja que renasce na Espanha…

Meu querido Leitor, é a mesmíssima imprensa que já afirmou repetidamente que Ratzinger não tem carisma algum, que a Igreja já não tem credibilidade nenhuma, que o escândalo dos padres pedófilos colocou por terra o período triunfalista de João Paulo II, que a Igreja entrou numa decadência sem fim e sem cura… A mesma imprensa que tinha certeza de que, sem João Paulo II, os jovens não mais se reuniriam em tamanha multidão…
Que lições devemos tirar de tudo isto? Aquelas que tenho recordado constantemente: os cristãos não devem nunca interpretar as coisas de Deus a partir dos critérios do mundo, particularmente aqueles da imprensa! Nossa visão tem que ser a partir do Alto, a partir da cruz e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Pense um pouco:
(1) Os jovens não foram a Madri por causa de Bento XVI – como no passado não foram por causa de João Paulo II: os jovens foram por causa de Cristo, foram para encontrar Jesus! Um Papa nunca é, nunca pode ser uma atração: não dança, não canta, não requebra, não é sarado, não faz pirueta e não aparece sob efeitos especiais! E se fizer isso, não é o Papa, é a Xuxa! Os jovens foram, vão e irão sempre a esses encontros pela sede que consome seus corações: por causa de Cristo, vida da nossa vida e saciedade da nossa esperança!
(2) Um Papa não tem que ser “carismático” no sentido mundano. Todo Papa é carismático, porque, uma vez eleito, recebeu o carisma, isto é a cháris, a graça própria do ministério petrino. Pode ser o comunicativo João Paulo II, o simpático João Paulo I, o bonachão João XXIII, o hierático e angelical Pio XII, o feioso Bento XV, o valente Pio XI, o melancólico Paulo VI ou o tímido Bento XVI. O verdadeiro católico não ama um Papa, não ama esse Papa, ama o Papa, escuta o Papa, obedece ao Papa – exatamente porque é o Papa, seja ele quem for! Para o católico todo Papa é Pedro, e basta!
(3) Essa multidão reunida não é, não deve ser e não pode ser uma prova de força da Igreja! Nossa força está unicamente na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo – é a mesma força da Semana Santa do ano passado, quando a imprensa acusava a Santa Igreja de Cristo de ser uma rede internacional de pedófilos e se diziam misérias contra o Santo Padre! Nossa força é Cristo, nossa vida é Cristo, nossa certeza é Cristo, nossa alegria e esperança é Cristo!
(4) É verdade que Zapatero, adversário ferrenho do cristianismo, está passando – como passaram outros e passarão tantos outros. Ficará a Igreja, a Mãe católica amabilíssima, porque Cristo assim o quis e assim o prometeu! Mas, não devemos pensar aqueles jovens como um triunfo da Igreja sobre ninguém. O único triunfo que devemos buscar é o triunfo sobre o pecado nosso e do mundo inteiro! Se Zapatero é um inimigo externo da Igreja, também nós a prejudicamos com nossos pecados e egoísmos, com nossa tibieza e falta de amor… Os piores inimigos da Igreja estão dentro dela!
(5) Quanto ao renascimento da Igreja na Espanha ou em qualquer parte do mundo, ele não pode ser medido por números, por multidões ou eventos… Somente o Senhor da Igreja conhece o número dos seus, somente ele sabe do vigor e da fraqueza de sua Santa Esposa, nossa Mãe católica! No entanto, se aquela multidão de jovens na casa dos vinte anos estava lá, significa que nas paróquias, nos grupos, nos movimentos, nas novas comunidades, nas congregações há uma Igreja viva, crente, orante, disposta a testemunhar o Senhor! Lembra do fermento na massa, do grão de mostarda, do tesouro escondido? Pois é, Jesus não erra nunca; Jesus sabe o que diz e sustenta o que fala!
(6) Quanto aos elogios a Bento XVI, que sabe falar aos jovens, ele fala de Cristo com simplicidade, clareza e a convicção de quem experimentou o Senhor ao longo de toda a vida. Isto basta! Mais impressionante que aquela multidão escutando o Papa de 84 anos, é vê-la, junto com o ancião pontífice, silenciosa, contida, piedosamente reverente, ante um pedacinho de pão que esses católicos bobos afirmam ser o próprio Jesus imolado e ressuscitado, realmente presente neste mundo! Basta ver isso para perceber a força da fé, a atuação da graça e a esperança do mundo.
(7) Para terminar, repito, mais uma vez: se fossem somente vinte jovens a comparecer a Madri, ainda assim Cristo estaria ali, vivo, atuante, potente, matando a sede de todo aquele que dele se aproxime.
Lembre dessas coisas, meu Leitor, quando daqui a pouco, por algum motivo, nalguma dificuldade, a imprensa novamente decretar que a Igreja está no fim, que o cristianismo passou, que a religião é coisa do passado… Então: firmes na fé, com os olhos fixos em Cristo!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

11 mil Luteranos voltam à Igreja Católica.

Histórico: 11 mil Luteranos voltam à Igreja Católica. A Reforma foi um “trágico erro de proporções épicas que nunca devia ter acontecido”-O Arcebispo Irl A. Gladfelter preside uma das confissões cristãs que planejam voltar ao catolicismo nos ordinariatos criados por Bento XVI. A Igreja Católica Anglo-Luterana é a única com raízes luteranas e poderia considerar-se o primeiro passo pra a volta ao redil católico dos herdeiros de Lutero.
Reverendo Irl A. Gladfelter, Metropolita da Igreja Católica Anglo-Luterana (ALCC), o senhor é biólogo, Doutor em Cirurgia Dental, tenente-coronel reformado do exército americano, Doutor em Teologia e Metropolita da ALCC. Como encontrou tempo para tantas coisas?
Não foi um problema. Só me tornei clérigo depois de ser reformado pelo Exército dos Estados Unidos e como dentista.
Quando foi fundada a ALCC? Por que a combinação de anglicanismo e luteranismo?
A ALCC foi formada em 1997 por antigos membros da Igreja Luterana – Sínodo de Missouri dos Estados Unidos (LCMS), os quais, por serem luteranos orientados ao catolicismo ou “Evangélicos Católicos” (também conhecidos como a “igreja alta”), não podiam aceitar a orientação cada vez mais protestante da LCMS e sua aceitação crescente da teologia evangélica fundamentalista, junto com alguns aspectos da soteriologia e da teologia sacramental que haviam sido importados do Calvinismo por vários meios já na sua fundação e a aceitação cada vez maior de serviços evangélicos não litúrgicos. Nossos fundadores também faziam reparos à teologia sacramental da LCMS, à sua política congregacional, a suas ideias sobre a natureza e o exercício da autoridade dentro da Igreja e à sua compreensão das Ordens Sagradas (o “ofício do ministério público”, segundo a linguagem que utilizam). Inicialmente, a ALCC adotou as posturas da ala “anglo-católica” do anglicanismo (ou anglicanismo da “igreja alta”). Ao longo do tempo, embora respeitássemos as relações que haviam sido estabelecidas com o anglicanismo da “igreja alta”, a ALCC encontrou também problemas com o anglicanismo, incluindo sua recusa da primazia papal, da infalibilidade papal, da infalibilidade do Sagrado Magistério e dos Concílios posteriores aos quatro primeiros Concílios Ecumênicos, além de sua tolerância de alguns graus de teologia eucarística de tipo protestante, que podem ser encontrados na Oração Eucarística do Livro de Oração Comum, entre outros problemas. Finalmente, a ALCC chegou a reconhecer a verdade absoluta da fé católica e se deu conta de que tinha a obrigação em consciência de voltar a Roma. Descreveu-se recentemente a Igreja Católica Anglo-Luterana (ALCC) como “totalmente romanizada” e como uma Igreja que “ensina a doutrina católica sólida, utilizando um vocabulário luterano e anglicano, corrigindo este último com o primeiro”. Ambos comentários são acertados e precisos. Em essência, a ALCC se “romanizou” totalmente, aceitando com entusiasmo a verdade objetiva de todos os aspectos da fé católica.

Foi importante para os senhores a declaração conjunta católica e luterana sobre a justificação (1997)?
Sim. Para a ALCC, a Declaração conjunta católica e luterana sobre a doutrina da justificação decidiu de uma vez para sempre o assunto fundamental da fase de Wittenberg (luterana) da Reforma. Uma vez que esse assunto tenha sido resolvido, a ALCC se deu conta de que tinha a “obrigação em consciência” de entrar na Igreja Católica, marcando o caminho para que outras jurisdições eclesiásticas luteranas (igrejas) possam segui-la.
Quantos membros e paróquias tem aproximadamente a ALCC? Estão presentes somente nos Estados Unidos ou estão também em outros países?
O número total de membros da ALCC é de aproximadamente 11.000 pessoas, nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Sudão e no proximamente independente Sudão do Sul. O maior número corresponde a africanos sub-saharianos, a maioria dos quais são do Sudão do Sul.
De onde vem a maioria de seus membros? Antes de ingressar na ALCC eram luteranos, anglicanos, católicos ou não cristãos?
A maioria de nossos membros não africanos entraram na ALCC procedentes de outras Igrejas luteranas, mas nossos membros sub-saharianos, tanto na África como nos Estados Unidos e Canadá são antigos anglicanos.
Na Comunhão Anglicana, há algumas congregações religiosas anglo-católicas. Também os senhores têm religiosos na ALCC?
Sim, temos uma Prelazia Pessoa, a Ordem de Santo Ambrósio (O.S.A) e uma Sociedade Sacerdotal, a Sociedade Sacerdotal dos Servos do Bom Pastor. A regra e a espiritualidade de ambas se parecem muito com as da Opus Dei. O Vigário Geral da ALCC e eu somos, com grande entusiasmo, Cooperadores da Opus Dei. Alguns de nossos bispos são membros da Confraternidade de São Pedro, dirigida pela Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP), uma sociedade católica.
Ingressarão no ordinariato dos Estados Unidos quando for criado, no final deste ano?
Sim, porque é o que a Congregação para a Doutrina da Fé nos disse que façamos, mas a última palavra será da própria Congregação. Vimos trabalhando com eles desde 2009. Do ponto de vista da ALCC, trata-se de um tema de obediência à Congregação para a Doutrina da Fé.
Em nossa petição a Roma para entrar na Igreja Católica (antes da promulgação da Anglicanorum Coetibus) não mencionamos um ordinariato, já que ainda não havia sido publicada a Constituição Apostólica. Por conselho de nosso advogado católico de Direito Canônico, a ALCC pediu apenas para entrar como “sociedade sacerdotal” ou da forma que dispusesse o Santo Padre. Nossa petição terminava com a frase: “O filho pródigo voltou e está à porta. Santo Padre, por favor, deixe-nos entrar”. A ALCC nunca pediu mais que isto. Está à porta e roga que a deixem voltar para casa.
Entretanto, quando no outono de 2010 recebemos uma carta do Secretário da CDF notificando-nos que deveríamos entrar na Igreja Católica através das disposições da Anglicanorum Coetibus, por obediência aos desejos do Santo Padre e da CDF, a ALCC aceitou imediatamente estas instruções por escrito. Assim, portanto, atualmente a ALCC espera pacientemente e roga ao Senhor e a sua Bendita Mãe, Maria, que nos permita voltar para casa, a Igreja Católica, seja através daAnglicanorum Coetibus seja por outro meio.
Todos os membros da ALCC se farão católicos ou alguns decidiram esperar ou passar para outros grupos anglicanos ou luteranos?
Todos os membros da ALCC se farão católicos. A diferença de algumas Igrejas Anglicanas, a ALCC não tem “posturas inamovíveis” A ALCC não está interessada em absoluto em “preservar um patrimônio”. Ao contrário, trata-se de uma Igreja profundamente “romanizada”, que trabalha com todas as suas forças para “desfazer” a Reforma, porque considera que foi um trágico erro de proporções épicas, que nunca devia ter acontecido, e procura restaurar a unidade da Igreja segundo os critérios da Igreja Católica. A ALCC não pede para preservar um “patrimônio luterano”. A diferença do patrimônio anglicano, o patrimônio luterano é essencialmente teológico e, ao ter compreendido plenamente as heresias do luteranismo e ao ter aceitado a fé católica, a única coisa que pede e por que reza a ALCC é que se lhe permita “voltar para casa” e entrar na Igreja Católica, como filhos pródigos arrependidos. A única coisa que queremos é nos dissolvermos na Igreja Católica, como católicos normais. Faz tempo que a ALCC tem como política não admitir membros nem aceitar clérigos que não estejam plenamente comprometidos com a causa da unidade da Igreja de Cristo, sanando as feridas que infligiram a essa unidade o orgulho humano e as heresias dos líderes da Reforma protestante. Todos os membros da ALCC devem estar comprometidos em desfazer a Reforma.
Todos os clérigos da ALCC, desde o Metropolita até o último diácono permanente devem assinar uma versão adaptada do Mandato da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, o qual estabelece que “se comprometem a ensinar a doutrina católica e não pregarão, ensinarão, escreverão nem publicarão nada que entre em conflito com o magistério católico”. Este compromisso se controla e se faz cumprir estritamente. Já aconteceu de algum sacerdote ter sido destituído de seu cargo, permitindo-lhe escolher entre sua demissão e a excomunhão, por não cumprir o Mandato da ALCC.
Será um problema para os membros da ALCC a necessidade de aceitar o Catecismo da Igreja Católica, como expressão normativa de fé para os ordinariatos? Que textos utilizam atualmente para catequizar as crianças e os adultos?
Absolutamente. Há anos a ALCC aceitou oficialmente o Catecismo da Igreja Católica como nossa expressão completa da fé cristã. Catequizamos as crianças e os adultos usando o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica da Conferência Episcopal norteamericana, Fé para o futuro: Um novo catecismo ilustrado, publicado pela Liguori Press; o Compêndio de Doutrina Social da Igreja da Conferência Episcopal norteamericana e outros textos católicos unicamente. Para a catequese geral e o estudo, a ALCC usa a Bíblia de Navarra, publicada pela Scepter Press; a New American Bible e a Bíblia Católica de Estudo da Ignatius Press. A ALCC não permite o uso de qualquer catecismo luterano nem de outros catecismos protestantes.
Quais são as principais dificuldades encontradas até agora?
Toda organização nova tem “crise de crescimento” e a ALCC não é uma exceção. Sempre há lugar para melhorar e para formas de desenvolver nossos apostolados de forma mais eficaz. Entretanto, estamos muito bem, levando em conta que a ALCC foi fundada em 1997. A maior preocupação da ALCC, com muita diferença, consiste em conseguir seu objetivo de converter-se na primeira jurisdição eclesiástica luterana que volta à Igreja Católica como grupo unificado desde o final da Contra-reforma.
Uma vez que ingressem num ordinariato, o senhor e os demais bispos e sacerdotes da ALCC terão de ser ordenados como diáconos e sacerdotes católicos. É algo difícil de se aceitar?
Não, em absoluto. Alegramo-nos disto, porque eliminará a possibilidade de qualquer confusão entre os fiéis católicos sobre a validade de nossa ordenação de nossos sacramentos.
Sempre existiu um setor “católico” entre os luteranos?
Sim, certamente. A tal setor foi dado muitos nomes: Gneiso-luteranos (luteranos originais), Velhos-luteranos, Luteranos Romanizados e, nos últimos anos, “Católicos Evangélicos”. A ALCC está simplesmente no extremo mais católico desta tradição.
Há outros grupos de luteranos que estão relativamente próximos da Igreja Católica?
Na Suécia existe o movimento Arbetsgemenskapen Kyrklig Förnyelse (União Eclesial Sueca) e outras sociedade menores. Há comunidades monásticas, como o Mosteiro de Östanbäck (um mosteiro beneditino), o convento de Alsike e a Congregação de São Francisco, a Fundação de São Lourenço, a Fundação de Santo Oscar, a Coalizão Eclesial pela Bíblia e a pela Confissão e a Förbundet För Kristen Enhet, que como a ALCC trabalha para conseguir a união visível e como grupo com a Igreja Católica.
Na Alemanha existe a St. Jakobus- Bruderschaft, com a qual a ALCC permanece em contato, a Arbeitsgemeinschaft Kirchliche Erneuerung (Grupo de Trabalho para a Renovação da Igreja) da Igreja Luterana da Baviera, HumiliatenordenSt. Athanasius-Bruderschaft,Hochkirchlicher Apostolat St. AnsgarBekenntnisbruderschaft St. Peter und Paul, a Kommunität St. Michael en Cottbus, a Congregatio Canonicorum Sancti Augustini e o Priorado de São Wigberto.
Há grupos similares na Noruega, Dinamarca, Finlândia e Islândia.
O senhor crê que se formará algum tipo de ordinariato para os luteranos no futuro?
Quer se trate de um ordinariato ou de alguma outra estrutura mais simples e menos polêmica para estabelecer e integrar na Igreja segundo o Direito Canônico, como uma “sociedade sacerdotal” ou um “instituto de vida apostólica”, creio que se formará algum tipo de estrutura para que os luteranos de todos os países possam voltar à Igreja Católica. Há de se reconhecer: a Igreja Católica, e em geral o cristianismo, estão sendo atacados atualmente. As comunidades eclesiais como os anglicanos e luteranos se dividem ainda mais sob os ataques do ateísmo, do agnosticismo, da filosofia pós-moderna e das teologias heréticas de tipo liberal. A Igreja não pode se permitir o enfrentamento a essas e outras ameaças em seu estado dividido atual. É hora de os luteranos e outras comunidades eclesiais voltarem à Igreja Católica, para que lhe resulte mais fácil derrotar estas ameaças e realizar a Nova Evangelização promovida pelo Papa Bento XVI e outras pessoas! É hora de recuperar a unidade da Igreja de Cristo! Os luteranos devem se dar conta de que voltar à Igreja Católica não é algo bom, é estupendo. No Getsêmani, Jesus orou para que seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai são um, assim a união com a Igreja Católica não é algo “bom”, mas algo “estupendo”, porque Jesus o pediu em sua oração e o ordenou (não o “sugeriu” simplesmente). Os luteranos devem voltar à Igreja Católica porque é o correto, é o único caminho correto.
Em sua homilia de vésperas, na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em São Paulo Extramuros, em Roma, 25 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI afirmou: “Os esforços para recuperar a unidade entre os cristãos divididos não podem reduzir-se simplesmente a reconhecer nossas diferenças recíprocas e a conseguir uma coexistência pacífica. O que desejamos é a unidade pela qual orou o mesmo Cristo e que, por sua própria natureza, se manifesta numa comunhão de fé, de sacramentos e de ministério. O caminho para esta unidade deve ser percebido como um imperativo moral, uma resposta a um chamado específico do Senhor… Devemos continuar com entusiasmo o caminho para este objetivo”. Isto é exatamente o que pretende fazer a ALCC ao esforçar-se para entrar na Igreja Católica como grupo unificado.
Se se criasse um ordinariato para luteranos no futuro, os senhores deixariam o ordinariato anglo-católico para integrar-se nele?
Certamente, estaríamos interessados e colaboraríamos com qualquer futuro ordinariato luterano ou estruturas alternativas segundo o Direito Canônico atual, mas faremos exatamente o que nos pedirem a Congregação para a Doutrina da Fé e o Santo Padre. Além do mais, os membros da ALCC só queremos converter-nos em católicos normais, como todos os outros, e nos injetar de forma segura no “centro” teológico e social da Igreja Católica. Ficaremos contentes em “florescer” onde quer que o Santo Padre e a CDF nos “plantem” dentro da Igreja Católica.
O senhor crê que sua união com a Igreja Católica influenciará outros luteranos?
Sem dúvida. Faz alguns anos o Pe. Richard John Nieuhaus, um pastor luterano dos Estados Unidos que se converteu ao catolicismo e foi ordenado como sacerdote católico (e era o editor da revista norteamericana First Things), escreveu que enquanto ele apenas podia perceber movimentos de luteranos para a Igreja Católica, algum dia uma Igreja Luterana “dará um passo adiante e então nada voltará a ser igual”. Esperamos e rezamos para que a Igreja Católica Anglo-Luterana seja a Igreja que dará este passo adiante e que isso leve muitos luteranos a abandonar as heresias da Reforma e voltem à fé católica; que se aproxime este bendito dia no qual a oração de Cristo no Getsêmani para que todos seus discípulos sejam um seja de novo uma realidade, em uma só Igreja sob Cristo e seu Vigário nesta terral, o Sucessor de São Pedro. Até este dia, a ALCC terá muito presentes dois lemas usados por nossa Igrejas: (1) “Voltar à unidade do Corpo de Cristo, Igreja por Igreja”, e (2) o lema do escudo papal de São Pio X, “renovar todas as coisas em Cristo”.
Muito obrigado por suas respostas. Espero que tenhamos a oportunidade de entrevistá-lo de novo quando o senhor for um