domingo, 22 de abril de 2012



Santo Sudário: Jesus ressuscitou?
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB


Os cristãos acabaram de celebrar a sua Páscoa, proclamando mais uma vez: Jesus Cristo, Filho de Deus, que viveu humanamente e historicamente na terra, depois de ser condenado à morte de cruz e sepultado, ressuscitou dentre os mortos e vive na glória divina.

Faz sentido que, no contexto da Páscoa, o “Santo Sudário”, guardado e venerado em Turim, na Itália, tenha sido objeto de notícia. Só para lembrar: na cripta da Catedral da Sé está exposta e acessível à visitação uma cópia do Santo Sudário.

O estudioso inglês, Thomas de Wesselow, publicou um estudo recente, que reabre a discussão sobre a originalidade e a autenticidade do Santo Sudário. No tempo de Jesus, o sudário era um pano, como se fosse um lençol, com o qual se cobria, ou envolvia o corpo do falecido, depositado no sepulcro. Foi o que fizeram com Jesus, depois de sua morte na cruz: “depositaram seu corpo, envolto num lençol, num túmulo escavado na rocha” (cf Mt 27,59-60).

Ao lençol mortuário de Jesus faz referência novamente o relato do túmulo vazio: Pedro entrou no túmulo e constatou que estava vazio: “viu apenas os lençóis” (Lc 24,12). São João relata que Pedro viu no chão, dentro do túmulo, “as faixas de linho” que haviam coberto o corpo de Jesus (cf Jo 20,6). Seria o mesmo lençol mortuário. Fala ainda de outro pano, que havia coberto a cabeça de Jesus e que se achava enrolado, num lugar à parte.

No Santo Sudário, de Turim, venerado como se fosse aquele mesmo lençol mortuário de Jesus, aparecem impressas, como em negativo fotográfico, os traços do rosto e do corpo de um homem morto, com marcas de torturas e violência muito semelhantes, senão idênticas, àquelas impostas a Jesus, conforme descritas nos relatos da Paixão, nos Evangelhos. A Igreja, embora tenha grande respeito pela suposta relíquia do sudário de Jesus, nunca empenhou sua autoridade na afirmação da autenticidade do Santo Sudário de Turim.

A origem e a identidade do Sudário foram e continuam a ser objeto de estudos e pesquisas científicas, cujas conclusões, ora afirmam que a peça é uma falsificação muito habilidosa de época medieval; ora desmentem esses argumentos, reabrindo a discussão e a hipótese de que possa mesmo ser o Sudário original, que envolveu o corpo de Jesus morto. A discussão científica e histórica é interessante. No entanto, exagera o estudioso inglês, como outros já fizeram, ao afirmar que o Santo Sudário seria a prova mais cabal da ressurreição de Jesus, à disposição dos apóstolos e dos primeiros cristãos; e seria até mesmo o trunfo mais importante para explicar a extraordinária difusão da fé cristã dos primeiros tempos do Cristianismo.

Há aqui algumas suposições, que não condizem com os fatos. No início do Cristianismo, fora do contexto da ressurreição de Jesus, ninguém mais se refere ao lençol mortuário, que cobriu o corpo de Jesus; ao longo de muitos séculos, não há referência a algum suposto lugar, onde o Sudário estaria guardado, ou seria venerado pelos fiéis. Esse silêncio eloquente ainda não permite concluir pela falsidade do Sudário de Turim, mas permite concluir que, por mais preciosa relíquia que fosse, ele não serviu como prova da ressurreição de Jesus, nem teve papel importante na propagação da fé cristã.

O que foi determinante mesmo para a afirmação da ressurreição de Jesus dentre os mortos foram os encontros do próprio Jesus, vivo, com os discípulos, após a sua morte. Diversos desses encontros aparecem relatados no Novo Testamento e foram tão surpreendentes, que mudaram de maneira radical a vida desses homens: antes, medrosos e inconstantes na sua adesão a Jesus Cristo e suas palavras; depois, corajosos e determinados em afirmar o que tinham visto e ouvido. E diziam, sem titubeios: Jesus está vivo e veio ao nosso encontro; nós o vimos e estivemos com ele após a sua morte!

No racionalismo moderno, autores famosos afirmaram que os apóstolos eram pessoas ingênuas e influenciáveis, que tiveram alucinações coletivas e imaginavam ver Jesus diante deles; os relatos sobre a ressurreição de Jesus nada mais seriam que construções literárias, até bem feitas, para transmitir determinados ensinamentos. Mas tudo não passaria de fantasia... Essas teorias são recicladas constantemente, ainda hoje. Há uma tendência, até compreensível, a nos considerarmos mais inteligentes e espertos que nossos antepassados...

No entanto, é só ler com atenção os Evangelhos e demais textos do Novo Testamento para concluir que, desde o início, a afirmação da ressurreição de Jesus não foi nada tranquila. Os próprios apóstolos, aos quais Jesus se manifestou vivo após a sua morte, não quiseram crer no que viam e tinham diante de si; céticos e incrédulos, resistiram em aceitar, sendo por isso, censurados por Jesus, pela dureza de seus corações, “porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (cf Mc 16,14). Tomé é o exemplo desse ceticismo: só vendo e tocando pessoalmente em Jesus, ele se dispunha a crer. Tudo, menos homens crédulos e ingênuos...

Mas, uma vez convencidos da ressurreição de Jesus, eles a proclamaram com firmeza; não temeram afirmar que Jesus está vivo, até mesmo diante das próprias autoridades, que haviam tramado a morte de Jesus (cf At 4,10); e nem as ameaças de prisão, tortura e até de martírio os fizeram calar essa verdade, para eles, inegável: “não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20).

É preciso dizer, no entanto: a ressurreição de Jesus não é questão de ciência, no sentido corrente. É questão de fé, resultante do firme testemunho dos apóstolos, que a Igreja proclama há dois mil anos, sem interrupção. Isso, sim, pode ser constatado cientificamente. E significa muito!

Publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. de 14.04.2012
Publicado em 18/04/2012 - 02:20
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quarta-feira, 11 de abril de 2012


Renata Gusson, exemplo de coragem

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Neste pequeno vídeo que está dando o que falar por aí, uma mulher (até então desconhecida) pede a palavra na sessão do Senado em comemoração ao Dia Internacional da Mulher e questiona os movimentos que se dizem “representantes das mulheres”, nas pessoas das senadoras ligadas a eles, sobre os reais interesses da legalização do aborto.

É uma pergunta que deve ser feita: se todas as pesquisas indicam que a grande maioria da população brasileira é contra a legalização, e se metade dessa maioria é constituída por mulheres, por que os movimentos feministas, que tantas conquistas já trouxeram a elas, hoje têm a legalização do aborto como uma de suas principais bandeiras? Eles dizem que as representam – dizem até que “se as mulheres tivessem mais poder no Estado/na Igreja, o aborto já teria sido legalizado”. Será mesmo??
Pois a mulher do vídeo foi além: “50% das crianças abortadas são mulheres.” É verdade…. E isso sem contar que, com o aborto legalizado numa sociedade cujos alguns setores ainda têm um forte resquício de machismo, eu não me espantaria se o número de mulheres abortadas passasse a ser até maior que o de homens…
Parabéns a essa mulher, pela coragem – e pela verdadeira lucidez, ao ser incisiva sem nem mesmo deixar de considerar o “comprometimento com o bem” de quem luta do lado contrário. Se este comprometimento existe ou não, o tempo dirá… O que não se pode deixar passar é o debate claro, direto, sem hipocrisia de parte alguma. É assim que tem que ser!
E em tempo: se você não quer que o aborto, a eutanásia e até a incitação ao suicídio (!) passem a ser permitidos pela lei, não deixe de se manifestar contra as mudanças do Código PenalEntre aqui para entender e saber como agir!
PS1: Ficaram duas curiosidades, para mim: assistir ao resto da sessão, com a resposta das senadoras, e saber quem é esta mulher. A primeira vou tentar satisfazer depois, no site da TV Senado. Já a segunda, a única pista que tenho é o sotaque paulistano…
UPDATE (15-03-12): Pronto, descobri. Seu nome é Renata Gusson Martins, é Farmacêutica-bioquímica aqui em São Paulo. Aqui ela se apresenta e manda uma mensagem pra todos…
PS2: Para saber mais sobre as Fundações Ford, Rockefeller, McArthur e outras que mantêm suas estruturas gigantes difundindo a política do aborto pelo mundo, clique aqui.
Gostou? Veja também:
  1. Mulheres, Crianças e Cotas
  2. Aborto!
  3. Operação Anjo: menos duas clínicas de aborto
  4. Fonte: http://vivopelavida.com.br/2012/03/14/feminismo-representante-das-mulheres/

quinta-feira, 5 de abril de 2012



QUARTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2012

RESSURREIÇÃO DE CRISTO A BASE DA FÉ CRISTÃ

O episódio da Ressurreição de Jesus, passaria despercebido se não fosse a perseverança dos primeiros cristãos, sobretudo o testemunho dos Apóstolos e das santas mulheres que acompanharam o Mestre até a Cruz. 
Maria a mãe de Jesus, Maria de Cléofas e Maria Madalena, foram as primeiras a chegar ao túmulo de Jesus e não o encontraram. Porém, um anjo do Senhor apareceu-lhes dando a notícia que não podia estar morto Aquele que está vivo. (Mc 16, 9-11)
Madalena foi a primeira a ver o Cristo Ressuscitado. Jesus manifesta sua vitória a uma mulher que a muito era desprezada, humilhada pela sociedade e depois resgatada pelo Senhor Jesus para uma nova vida. Madalena é uma personagem importante no episódio da Ressurreição. Jesus valorizou tanto a conversão daquela mulher que não o deixou, nem mesmo diante da Cruz, quando desprezado e humilhado estava ali junto à Maria de Nazaré. Quer alegria não foi saber que Jesus lhe manifestara sua vitória sobre o pecado e a morte. E quanta a alegria a dar a notícia a Pedro e os demais. Ela não tinha mais dúvidas, estava certa de que sua adesão ao Senhor Jesus, sua esperança, sua mudança de vida foi totalmente plenificada quando viu Jesus Ressuscitado.

Os Apóstolos que tinham conhecido Jesus, estavam com ele o tempo todo, viram os milagres, não quiseram acreditar, (v.11): Jesus precisou recordar-lhes tudo que estava predito nas Escrituras e mais ainda, precisou mostrar o que eles ouviram de sua própria boca mas não guardaram em seus corações. Quando no caminho para Emaús, deu-lhes uma aula de catequese, mostrando-lhes as verdades sobre tudo que os Profetas anunciaram a respeito de Jesus. E, mais uma vez foi através de um gesto simples, mas único, o modo de Jesus partir o pão, que perceberam que realmente, aquele era Jesus que estava com eles. 
Mas a ressurreição de Jesus é o cume total da salvação. Jesus derrotado não salvaria ninguém. Mas, vencendo a morte acabou a maldição do pecado, agora temos de volta o direito de entrar no céu novamente. Satanás foi derrotado, a morte está vencida. Jesus selou com seu sangue na Cruz e Ressuscitou, abriu-se o túmulo, se antes ninguém podia entrar, o pecado impedia, agora Jesus mesmo preparou-nos um lugar; ( Jo14, 2-3). E todos que crerem em seu nome serão salvos. (Mc16, 16) Essa garantia de salvação está na vitória sobre a morte. 

Ah! meus amigos (as). Este episódio da ressurreição de Jesus que aconteceu a mais de 2.000 anos, ainda hoje se repete na vida de muitas pessoas. 
Quantos cristãos que não acreditam ainda na Ressurreição? Quantos que ainda não experimentaram esse Jesus Ressuscitado, verdadeiramente presente na Eucaristia?

São Paulo nos diz que: "se Cristo não tivesse ressuscitado vã seria a nossa fé". Claro! pois quem acreditaria em um Jesus derrotado. Mas Jesus é o verdadeiro Deus e verdadeiro homem e está ressuscitado. A Igreja Católica, não é uma igreja de gente que acredita no Cristo morto da Sexta-feira da Paixão, mas é a Igreja do Cristo Ressuscitado, vitorioso que nos redimiu e nos salvou.
Por isso a Ressurreição não é uma festa só dos santos, mas é também uma festa dos pecadores que através de Jesus, a Porta Aberta, pela qual entramos para a salvação.

Hoje  ouvimos falar tanto na doutrina espírita da reencarnação, que, nós cristãos, temos que repensar, se estamos vivendo esta mesma fé e esta mesma verdade da Ressurreição, pois, se acreditamos em Jesus, não podemos fazer como aqueles discípulos e os Apóstolos fizeram. Temos que ser como Madalena, se alegrar com a Ressurreição.

Neste tempo propício da Páscoa ainda celebramos Jesus Misericordioso. A misericórdia de Deus Pai através de seu filho Jesus Cristo que com amor e por amor tudo fez pela nossa salvação. A ressurreição de Jesus explica bem a infinita misericórdia de Deus por nós. Ela mostra o quanto Deus nos ama e nos quer bem a ponto de nós também um dia ressuscitarmos com Ele.
     
Jesus que traz consigo este presente para toda a humanidade, o direito de alcançar a sua misericórdia.
Falar da Ressurreição sem falar da divina misericórdia é falar de um simples acontecimento da história. Mas quando olhamos para a misericórdia do Pai que em Jesus nos quer redimir com seu amor, então lembramos das palavras de São João Evangelista quando escreveu:"Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. Pois a Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram de Jesus Cristo!"  (Jo1, 16)  - Pois bem, pela ressurreição de Jesus recebemos a graça de vivermos com Ele uma vida nova. Ao abraçarmos esta misericórdia de Deus Filho por nós estamos proclamando o amor infinito do Pai por todas as criaturas, pois Ele enviou seu Filho pela salvação do mundo inteiro.
Por isso que a teologia da Igreja vem nos explicar que do lado aberto de Cristo,  transpassado pela lança do soldado, jorrou sangue e água, isto é, do coração de Jesus Cristo jorram as graças trazidas pelo seu sangue derramado na Cruz salvação e ao mesmo tempo infunde em nós a presença do Espírito Santo pela água do batismo, e esses dois, nos conduz plenamente à ressurreição. É Jesus quem nos revela sua divina misericórdia através de seu peito aberto, rasgado de amor por nós.

Por isso que nós cristãos, sobretudo nós católicos, devemos acreditar na ressurreição como única promessa e certeza de que a Ressurreição de  Jesus é a nossa Ressurreição.
Não podemos nunca trocar a ressurreição pela reencarnação, porque, se de fato cremos em Jesus e em tudo que ele fez por nós, se cremos em sua misericórdia por nós temos que acreditar que Cristo não morreu em vão e nem ressuscitou em vão, mas foi por nós, por amor a nós.
A reencarnação tira o valor divino da ressurreição, para por no lugar uma incerteza, quanto que Jesus antes de subir ao Pai, na última ceia disse: "Vou preparar-lhes um lugar, para que onde eu estiver, vós também estejais!" - só estas palavras de Jesus provam o quanto é importante celebrar e acreditar na ressurreição. Celebrar a Páscoa é isto, é celebrar a festa da Vida Nova que Jesus veio nos trazer.

Mas também é nunca esquecer que Jesus transferiu para nós o dever de anunciar o Evangelho, de libertarmos as pessoas, de levá-lo conosco aos nossos irmãos mais necessitados e ao mesmo tempo ir ao encontro dele na pessoa do pobre, do carente, do indigente, do imigrante, do sem teto, dos doentes, dos presos, dos famintos e sobretudo, levá-lo aqueles que perderam os sentido da vida e o modo de reencotrar o caminho de volta para Deus. (Mc16, 15-18)